05 Junho 2025
Em Frankfurt, Alemanha, o início do mês do Orgulho é comemorado por drag queens e pastores católicos.
A reportagem é de Phoebe Carstens, publicada por New Ways Ministry, 05-06-2025.
Em uma reflexão para o Katholisch.de, Madita Steiner justapõe as diferentes maneiras pelas quais diversos membros da comunidade no bairro em torno de Sankt Georgen, uma universidade jesuíta em Frankfurt, estão se preparando para as celebrações do Orgulho. Enquanto membros da comunidade LGBTQ+ celebram a singularidade que Deus lhes deu e a força e a resiliência de suas comunidades, de forma semelhante, aliados e apoiadores católicos celebram a diversidade da criação de Deus e se mobilizam para responder ao chamado por misericórdia, amor e justiça.
Por exemplo, drag queens como Jazz Cortes e Giselle Hipps têm se apresentado em shows que servem para reunir a comunidade LGBTQ+. Para Jazz e Giselle, o "glamour e o brilho" de suas personas drag realçam realidades espirituais mais profundas, manifestadas em autenticidade, comunidade e alegria. Giselle descreve seus colegas drag como sua "família escolhida": aqueles que a veem e a apoiam sem reservas. Phiphi Cumfort, outra drag queen, descreve o drag como uma terapia: No drag, ela diz: "Eu me expresso como sou autêntica [mente]".
Para esses artistas, o drag representa alegria, exploração e celebração, mesmo diante da dor e da incerteza. É uma forma de celebrar o estar plenamente vivo.
A poucos quilômetros de onde essas drag queens se apresentam, o jesuíta e professor Ansgar Wucherpfennig homenageia essas celebrações da humanidade colocando os interesses e as necessidades da comunidade queer no centro de seu trabalho em Sankt Georgen.
Dedicado à defesa dos direitos de pessoas gays e mulheres na Igreja, Wucherpfennig foi Reitor da Faculdade por seis anos, durante os quais afirma ter "recebido grande apoio da Igreja" por sua atuação LGBTQ+. Apesar de inicialmente ter sido excluído do cargo de Reitor pelo Vaticano, a decisão foi revertida, e Wucherpfennig encontrou apoio em sua comunidade universitária. Em todo o espectro de católicos conservadores e progressistas, ele relata ter encontrado grande tolerância para com indivíduos queer. Embora esse apoio não seja universal, ele observa que "os conflitos são úteis", no sentido de que podem levar ao diálogo.
Em nível pessoal, seu compromisso com a defesa dos direitos dos católicos gays começou com um encontro pessoal. Em um caso, ele acompanhou um amigo próximo que era gay e estava lidando com seu amor pelas tradições eclesiais e a dor de se sentir excluído. Wucherpfennig disse que foi "inspirado" por uma mulher queer que conhecia e que vivia com tanta facilidade sua identidade autêntica.
Wucherpfennig relata que muitas pessoas queer precisam de cuidado pastoral e de conversas que se aprofundem na jornada espiritual de conhecer e compreender a própria identidade. Embora reconheça que as atitudes anti-LGBTQ+ ainda estão presentes e, às vezes, parecem estar crescendo tanto na Igreja quanto na sociedade em geral, ele afirma que o diálogo e o encontro – que despertam a vulnerabilidade e a disposição para ouvir – podem ajudar a reduzir o medo e a incompreensão.
Às vezes, esse encontro pode começar mesmo sem palavras. Como demonstrado pelo exemplo de Wucherpfennig, a transformação pode começar quando vemos pessoas queer, como artistas drag no palco ou um casal feliz em uma parada do Orgulho, vivendo sem vergonha sua identidade queer plena, demonstrando que plenitude, alegria e amor podem ser encontrados em suas vidas, identidades e experiências.