28 Mai 2025
As igrejas devem ser mensageiras de esperança tangível, disse a secretária geral da Federação Luterana Mundial (FLM), pastora Dra. Anne Burghardt, na Conferência de Lideranças luteranas das Américas, reunida em Guadalajara, México, dias 13 a 16 de maio, sob o tema “Encarnando a Palavra”.
A reportagem é de Edelberto Behs.
É tarefa da Igreja “reconhecer os problemas que impedem a materialização da Palavra e vão contra a vida em abundância como Deus deseja”, apontou a secretária geral. “As igrejas são chamadas a falar sobre as causas profundas que levam aos desenvolvimentos que impedem a visibilidade da nova Criação”.
As palavras de Anne Burghardt ecoaram na mensagem final do encontro, que reuniu 50 líderes da América do Norte, América Latina e Caribe. O chamado de Deus “nos obriga a abordar as realidades que causam dor em nossa região, a enfrentar a dor na qual a Igreja também está imersa e a trabalhar juntos para transformar essas realidades de dor em esperança”, destaca a mensagem.
Os líderes das igrejas das Américas apontaram que o avanço de governos autoritários e o individualismo extremo corrói “o tecido da comunidade e afeta a sociedade, manifestando-se na crescente violação dos direitos humanos”.
Ainda assim, eles encontram motivos para renovar a fé no engajamento comunitário na Palavra de Deus, que “nos fortalece e nos convoca a continuar a incorporar sua mensagem em ações coletivas. Em todos os esforços por justiça, amor e construção de comunidade, testemunhamos o Reino de Deus, caracterizado pela paz, equidade e dignidade para todos”.
Uma teologia encarnada é contextual, é pessoal e comunitária. Ela abrange toda a Criação, fala com uma voz profética e é compassiva e enraizada na misericórdia de Deus, arrolou a secretária regional da FLM para as Américas e o Caribe, pastora Sonia Skupch.
Burghardt enfatizou, no entanto, que “ninguém pode ser igreja sozinho e não podemos ser verdadeiramente humanos separados dos outros”. Uma teologia encarnada faz lembrar que, “como seres humanos, precisamos de caminhos para o perdão e a reconciliação, para tornar possíveis novos começos”. Acrescentou, ainda, que uma teologia encarnada “só se torna credível quando é autêntica, quando as palavras são traduzidas em atos”.
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