26 Abril 2025
"Cada um desses gestos e escolhas exala futuro, ou melhor, desencadeia um processo que só pode acolher quem é capaz de silêncio. E de caminho", escreve Tonio Dell'Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 26-02-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Não é fácil abrir espaço nessa avalanche de palavras e lembranças do Papa Francisco que cada um sente o dever ou a necessidade de propor de cada fresta. Talvez seja o caso - neste momento - de sugerir como uma advertência, uma pedra angular, um farol, um sinal de direção que o Papa argentino indicou de forma clara e coerente: “Devemos iniciar processos mais do que ocupar espaços”. “Iniciar processos” significa fazer gestos e escolhas que sigam um percurso preciso, que abram novas brechas nas areias movediças das incertezas líquidas que nos envolvem, que saibam dizer, banindo a presunção do realizado e buscando, em vez disso, aquela da tarefa.
Para isso, deveríamos ser capazes de silêncio e de contemplação. Diante do gesto de se inclinar para beijar os pés dos adversários do Sudão do Sul, de escolher Lampedusa como o primeiro destino fora dos muros leoninos, de se mostrar nos últimos dias sem as vestes canônicas habituais do pontífice, para citar apenas alguns exemplos. Cada um desses gestos e escolhas exala futuro, ou melhor, desencadeia um processo que só pode acolher quem é capaz de silêncio. E de caminho.