A remoção de todas as barreiras econômicas e o estabelecimento de livre comércio entre todas as nações são base do sistema capitalista que conhecemos nas últimas décadas. Se isso não por mais viável, os liberais costumam ameaçar com uma ideia de efeito: ‘quando as mercadorias não cruzam fronteiras, os soldados as cruzam’.
Pois agora quem está colocando em xeque toda essa lógica é um dos símbolos maiores do capitalismo norte-americano: Donald Trump. Com seus tarifaços e guerra comercial diariamente em menos de 100 dias de governo, o presidente dos EUA acaba com a função da Organização Mundial do Comércio, pilar institucional desse sistema.
Claro, os malfeitos não se restringem ao comércio, estremecem a soberania e a democracia dos países mundo afora e dos próprios americanos. Por isso, uma pergunta que cabe: até quando o mundo suporta esta política de guerra, medo, terror e tecnocracia de um império em declínio?
Buscando meios de compreender o que vem acontecendo, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU publica uma série de entrevistas, reportagens e análise esta semana. "Essa guerra comercial faz parte de uma guerra muito mais ampla, em que o trumpismo, que vai sobreviver ao fim do governo Trump, é uma expressão importante, mas não a única.
"O que está em jogo na nossa época é a definição para onde e como irá a ordem mundial", reflete Jung Mo Sung, teólogo e cientista da religião. E os imigrantes acorrentados forçados a embarcar em um avião com destino à Guatemala representam cenas de terror raramente vistos na história mundial. “Homens formando fila carregados em um ônibus para serem repatriados enquanto uma música alegre se repete ao fundo: Na Na Hey Hey Kiss Him Goodbye, sucesso dos anos 1960 da banda Steam”, comenta a escritora italiana Viola Ardone, no texto Imigrantes acorrentados e a normalidade do mal. O episódio da semana também destaca a guerra sem fim em Gaza, as questões ambientais e políticas no âmbito nacional.
80 anos do assassinato de Dietrich Bonhoeffer: ver os grandes eventos da história mundial da perspectiva dos rejeitados é uma experiência de valor incomparável é o título da página especial do IHU publicada esta semana. Para o sociólogo Paolo Naso, “as igrejas não atenderam a esse apelo na época. Elas podem – e devem – fazê-lo hoje, diante das guerras em andamento e de outras que, com intolerável leviandade, são propostas e ameaçadas todos os dias".
Confira a versão em texto dos Destaques da Semana.
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