04 Abril 2025
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 03-04-2025.
Desde 20 de janeiro, data da segunda posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, a ameaça de deportação paira sobre 10 milhões de cristãos, que constituem 80% do grupo humano suscetível às drásticas políticas de imigração promovidas pelo agora indiscutível líder do Partido Republicano. Da mesma forma, outras 7 milhões de pessoas vivem com alguém que corre o risco de ser deportado, com o consequente sentimento de angústia que foi criado para milhões de seres humanos na ainda líder potência mundial.
Do total de cristãos, os que correm maior risco de deportação são os católicos, que representam 61% do total, de acordo com o relatório intitulado "A Body Part", um projeto conjunto da Associação Nacional de Evangélicos, dos Serviços de Migração e Refugiados da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, do Centro para o Estudo do Cristianismo Global no Seminário Teológico Gordon-Conwell e do World Relief.
No geral, o relatório descobriu que cerca de um em cada 12 cristãos nos EUA – incluindo um em cada 18 evangélicos e cerca de um em cada cinco católicos – são vulneráveis à deportação ou podem ver um membro da família deportado, a menos que haja mudanças nas leis ou políticas, o que não parece provável neste momento, conforme relatado por OSVNews.
"É incrível como a história americana se repete, e acho que muitos de nós não sabíamos que a maneira como nossos ancestrais imigrantes foram tratados em muitos casos seria um modelo hoje", disse o bispo Mark J. Seitz, de El Paso, a repórteres em uma coletiva de imprensa sobre o relatório.
"The people that are being numbered among those under threat of deportation are not people who are harming our community, but rather building it up,” he said" @BishopSeitz https://t.co/l1Gfqw6b2F
— Kim Daniels (@KDaniels8) March 31, 2025
"É inevitável imaginar como seria nosso país e nossas vidas se as mesmas restrições e medidas coercitivas fossem impostas hoje que são contempladas hoje sobre aqueles que chegam de lugares como Irlanda, Alemanha, Polônia, Itália e outros lugares em grande escala", acrescentou Seitz.
Mesmo os evangélicos, também afetados pela política de deportações em massa, estão perplexos. Embora tenham sido um bloco homogêneo que vota em Trump de forma decisiva durante suas três campanhas presidenciais e que a maioria apoia a deportação de pessoas condenadas por crimes violentos, é, no entanto, contra o rompimento das famílias com as deportações de um ou mais de seus membros, como Walter Kim apontou na mesma coletiva de imprensa. presidente da Associação Nacional de Evangélicos.
O título do relatório – "Uma Parte do Corpo" – refere-se à passagem bíblica de que os cristãos formam um único corpo, composto de partes distintas, mas interdependentes. "Quando uma parte do corpo sofre, todos nós devemos sofrer juntos, assim como uma mão não pode avançar sem sofrer se um pé sofre uma dor excruciante", disse um dos líderes religiosos evangélicos que participaram da apresentação do estudo. E os imigrantes de vários países são parte integrante do corpo de Cristo nos Estados Unidos, acrescentou.