26 Março 2025
No primeiro dia da convalescença do Pontífice, novas tensões entre a Santa Sé e Tel Aviv foram registradas. Três declarações provocaram as últimas faíscas: o apelo do Papa, a resposta da diplomacia israelense e o comentário do secretário de Estado do Vaticano, Parolin.
A reportagem é de Domenico Agasso, publicada por La Stampa, 24-03-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
No domingo, Francisco disse que estava “entristecido” pela “retomada de pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantos mortos e feridos”. Ele pediu “que se calem imediatamente armas e se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns possam ser libertados e um cessar-fogo definitivo possa ser alcançado. A situação humanitária na Faixa de Gaza é, mais uma vez, muito grave e exige o empenho urgente das partes em conflito e da comunidade internacional”.
Ontem, uma nota da embaixada na Santa Sé garantiu que a operação israelense “está sendo conduzida em total conformidade com o direito internacional. Enquanto o Hamas atinge deliberadamente os civis, Israel toma medidas extraordinárias para reduzir ao mínimo as baixas civis. O Hamas violou repetidamente o cessar-fogo e o utilizou para reconstruir seu arsenal militar. 59 reféns ainda estão sendo mantidos em Gaza em condições desumanas” e “o Estado de Israel considera seu dever moral trazê-los de volta para casa”.
Chega a resposta do Cardeal Pietro Parolin, enfatizando o respeito ao direito internacional: “Esperamos que seja isso, pois estamos muito preocupados pela violação agora sistemática do direito internacional. Também conversamos com a Cruz Vermelha Internacional, e eles também estão em grande dificuldade: o bombardeio de civis, o assassinato de operadores humanitários, todas essas são ações que vão exatamente contra o direito humanitário, hoje não há respeito pelo direito humanitário e esse é um dos grandes limites desta temporada”.