“Culto ao homem forte e enriquecimento, harmonia ideológica entre Putin e Trump”

Foto: Wikimedia Commons

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20 Março 2025

Entrevista com Thomas Gomart, diretor do Institut Français des Relations Internationales (IFRI): “Ambos têm uma visão do mundo baseada em esferas de influência. Há uma identidade surpreendente de visões entre eles”.

A entrevista é de Anais Ginori, publicada por La Repubblica, 20-03-2025.

"Há um conluio ideológico entre Donald Trump e Vladimir Putin, surpreendente tanto pela profundidade quanto pela rapidez", observa o analista Thomas Gomart, diretor do Institut Français des Relations Internationales (IFRI). O alinhamento entre a Casa Branca e o Kremlin, explica Gomart, é baseado no "culto ao homem forte, uma visão do mundo em esferas de influência e uma lógica de enriquecimento rápido e pessoal".

Eis a entrevista.

Você tem medo de que as negociações em andamento tenham um resultado desfavorável para Kiev?

Mesmo que um cessar-fogo fosse alcançado, ainda seria às custas da Ucrânia. A aceitação de uma divisão territorial, se não uma capitulação, está iminente, acompanhada pelo desejo do Kremlin de eliminar uma parte da elite política ucraniana, incluindo o presidente Zelensky. Uma trégua pode parecer, de fora, o fim dos conflitos, mas, na realidade, marcaria uma deterioração profunda e duradoura na segurança europeia.

Os líderes europeus ficaram de fora?

A primeira reação europeia foi de natureza diplomática para tentar trazer a Ucrânia de volta ao centro das discussões. Paralelamente, deveríamos começar a refletir sobre uma hipótese que até recentemente era impensável, a saber, fornecer diretamente garantias de segurança à Ucrânia. A iniciativa franco-britânica está tomando forma de forma coerente, visando envolver não o maior número possível de países, mas aqueles que são realmente capazes e estão dispostos a assumir riscos militares.

A Itália disse que não enviará tropas.

Há países diretamente envolvidos na ameaça russa: Reino Unido, França, Polônia, Holanda, Suécia, Finlândia, digamos, todo o corredor nórdico. Itália e Espanha, embora reconheçam o perigo, não o percebem com a mesma urgência. Giorgia Meloni então se vê em uma posição desconfortável, ela parece pega de surpresa pela intensidade da ofensiva diplomática americana. Perdeu parte de sua capacidade de influenciar o debate sobre segurança europeia.

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