20 Março 2025
Organização apela por volta do ingresso de ajuda, bloqueada por israelenses.
A informação é da assessoria de imprensa de Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu hoje que Israel interrompa os ataques contra a população de Gaza e permita a retomada do ingresso de ajuda humanitária no território. O apelo foi feito depois de forças israelenses terem lançado bombardeios contra diversas áreas da Faixa de Gaza, encerrando um cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro.
“Estamos horrorizados com os ataques lançados por Israel hoje contra o povo de Gaza, destruindo o cessar-fogo de quase dois meses”, afirmou a diretora de MSF França, Claire Magone. De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, mais de 400 pessoas foram mortas nos bombardeios. Segundo Magone, MSF havia recebido ontem 75 pessoas que já chegaram mortas e dezenas de feridos em apenas três das instalações de saúde apoiadas pela organização em Gaza. “Nossa equipe foi pega completamente de surpresa e se viu mais uma vez tendo que lidar com a chegada de vítimas em massa, muitas das quais eram crianças”, detalhou ela.
A diretora de MSF afirmou que a intensidade dos ataques registrados não era vista desde os estágios iniciais da guerra. Ela lamentou que Israel continue agindo de maneira a “punir coletivamente a população de Gaza com a aprovação explícita de seu aliado mais próximo, os Estados Unidos”.
De acordo com ela, as ações de Israel podem ser o prenúncio de uma nova fase nas operações militares em Gaza. “Os palestinos em Gaza simplesmente não serão capazes de suportar isso, nem física, nem mentalmente. Sua esperança de recuperar pelo menos parte de suas vidas anteriores está sendo destroçada”.
Ela lembrou que antes de interromper a trégua, Israel já havia interrompido a entrada de ajuda humanitária no território. Da mesma forma, as transferências de pacientes que buscam atendimento médico fora da Faixa de Gaza estão bloqueadas pelo governo israelense. “As pessoas feridas e os pacientes que necessitam de cuidados médicos urgentes devem ser autorizados a procurar cuidados fora de Gaza, desde que o seu direito a um regresso seguro e digno seja garantido”, afirmou.