14 Março 2025
Condições macroeconômicas, tensões políticas e protecionismo agressivo de Trump deterioram expectativas do setor; excedente pode chegar a 1 milhão de barris por dia.
A informação é publicada por ClimaInfo, 13-03-2025.
Enquanto o Palácio do Planalto, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras forçam a mão para explorar petróleo na foz do Amazonas, o mercado global parece ir em outra direção. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em Inglês), em seu relatório mensal, indica que a oferta da commodity pode exceder a demanda em 600 mil barris por dia (bpd).
“As condições macroeconômicas que baseiam nossa projeções sobre demanda de petróleo deterioraram no último mês à medida que tensões escalaram entre os EUA e diversos outros países”, escreve a IEA. Esse excedente pode aumentar em mais 400.000 bpd se a OPEP+ estender a reversão dos cortes de produção e não conseguir controlar a superprodução em relação às cotas, escreve a Reuters, com versão traduzida no UOL.
A oferta total em 2025 é estimada em 104,5 milhões bpd em 2025, com estimados 1,5 milhão de bpd vindo de países que não integram a OPEP+, conta o jornal The Wall Street Journal. “Os riscos para as perspectivas do mercado continuam muitos e as incertezas são generalizadas”, escreve a IEA.
“O mercado parece estar bem abastecido no momento, criando alguns desafios para novos aumentos por parte do grupo OPEP+,” disse Toril Bosoni, chefe da divisão de indústria e mercados de petróleo da AIE, em entrevista à Bloomberg TV e reproduzida no site.
Vale lembrar aqui a insistência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em incluir o Brasil neste cartel.
Mint e Investing também repercutiram o relatório da IEA.
Em tempo: Quase 200 organizações enviaram uma carta a parlamentares democratas nos Estados Unidos alertando para tentativas potenciais da indústria fóssil de obter imunidade legal, conta o Guardian. “Temos razões para acreditar que a indústria de combustíveis fósseis e seus aliados usarão o caos e os excessos da nova administração Trump para tentar, mais uma vez, se proteger das consequências por suas décadas de poluição e engano."