09 Dezembro 2024
Eu defendo a tese de que as experiências ditas socialistas do século XX servem apenas para análise histórica e não dão nenhuma pista sobre os desafios do socialismo no século XXI.
O comentário é de Gustavo Gindre, publicado no Facebook, 08-12-2024.
Da mesma forma, a China é um laboratório de superação do neoliberalismo, em um amálgama de capitalismo e confucionismo, e não tem rigorosamente nada de socialismo.
Daí que é possível dizer que "a esquerda morreu" no exato momento em que é fundamental que exista uma esquerda.
O renascimento dessa esquerda no século XXI contava com alguns pequenos indícios dos rumos a seguir. Mas, infelizmente, todos esses indícios estão hoje sob severo ataque.
O Bem Viver andino esboçou suas virtudes no início do governo boliviano do MAS. Contudo, começou a morrer quando Evo optou por uma saída desenvolvimentista. E agora recebe uma pá de cal quando o MAS se torna a arena de uma batalha entre dois projetos pessoais de governo.
Os zapatistas sempre enfrentaram o governo mexicano, mas agora sofrem com um inimigo ainda pior: o crescimento do narcotráfico no extremo-sul do México.
Por fim, a experiência do confederalismo democrático do Curdistão sírio enfrenta agora um cenário assustador, com a possibilidade de uma invasão turca e o aumento da beligerância dos fundamentalistas pró-Turquia.
Todos essas três experiências são muito frágeis e nada garante que sobreviverão. O que pode ter efeitos desastrosos para o necessário socialismo do século XXI.
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A Síria e o futuro do socialismo. Comentário de Gustavo Gindre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU