03 Dezembro 2024
O chefe da ONU acrescentou que Gaza atualmente possui "o maior número de crianças amputadas per capita do mundo"
A reportagem é de Milleny Ferreira, publicada por Jornal GGN, 02-12-2024.
O genocídio na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro de 2023, com uma ação do Hamas, que deixou 1.208 mortos, que provocou uma reação de Israel que já beira 50 mil palestinos trucidados, fora as ações no Líbano, Síria e Irã. A situação vai ficando cada vez mais insustentável, o que fez o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fazer apelo à toda comunidade internacional.
“Construir uma base para a paz sustentável em Gaza e em todo o Oriente Médio”. A declaração foi dada durante uma uma conferência no Cairo, onde leram o apelo em seu nome.
A ONU, por sua vez, categorizou o momento atual de Gaza como “terrível e apocalíptica” e indicou que as condições enfrentadas pelos palestinos no território podem constituir “crimes internacionais da maior gravidade”.
Israel quando iniciou a sua ação em represália, deixou mais 44.466 mortos em Gaza, de acordo com informações do Ministério da Saúde do território, e avalizadas pela ONU.
“A catástrofe de Gaza não é outra coisa que o colapso completo de nossa humanidade. O pesadelo tem que parar. Não podemos continuar desviando o olhar (…) a desnutrição é endêmica . A fome é iminente. Enquanto isso, o sistema de saúde entrou em colapso” afirmou Amina Mohammed, secretária-geral adjunta da ONU, enquanto porta-voz de Guterres no evento.
Ainda no comunicado, o chefe da ONU acrescentou que Gaza atualmente possui “o maior número de crianças amputadas per capita do mundo”, tendo “muitas perdendo membros e sendo submetidas a cirurgias sem anestesia”. Além de criticar duramente as restrições de entrega de ajuda no local, classificando-as como ‘extremamente insuficientes’.
Foram autorizados e entregues apenas 65 caminhões no mês passado, de acordo com informações disponibilizadas pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), podendo ainda destacar que o número de caminhões recebidos antes do início da guerra era em média 500.
Sem receber ajuda, cuidados e alimentos as organizações internacionais que prestam esse serviço afirmam que toda a população de quase 2,4 milhões de pessoas está à beira da fome.
Guterres finalizou ressaltando que o bloqueio da ajuda em meio a este desastre humanitário “não é uma crise de logística”, e sim “uma crise de vontade política e de respeito aos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”.
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ONU faz apelo pela situação atual de Gaza: “não podemos continuar desviando o olhar” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU