Israel mata 150 pessoas em um único ataque em Jabalia, norte de Gaza

Foto: Mohammad Emad /IRNA | FotosPúblicas

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25 Outubro 2024

150 pessoas mortas em um único ataque aéreo. Israel continua o extermínio da população do Norte de Gaza, demolindo um complexo residencial no campo de refugiados de Jabalia. Conforme noticiado esta noite pela agência de notícias palestiniana WAFA, pelo menos dez casas localizadas em Alhouja, uma área dentro do campo de refugiados danificado, foram atingidas pela força aérea. Os mortos e feridos foram contabilizados às dezenas, neste contexto de destruição.

A reportagem é publicada por El Salto, 25-10-2024.

As vítimas do ataque sionista tiveram que enfrentar, segundo a WAFA, o quadro habitual pós-ataque nesta zona da faixa: a obstrução à chegada de ambulâncias e paramédicos ao local, e a impossibilidade de resgatar pessoas esmagadas pelos escombros, porque mais uma vez as tropas sionistas dispararam sem parar. Aqueles que puderem ser resgatados serão transferidos para hospitais saturados e parcialmente inoperantes, depois de o exército sionista não ter cessado a sua ofensiva contra o sistema de saúde de Gaza.

Já passaram três semanas que o norte de Gaza, e em particular Jabalia, está sitiado pelas forças israelenses, no que muitos descrevem como limpeza étnica. À invasão terrestre aliada aos contínuos bombardeamentos e ao uso intensivo de drones para perseguir e disparar contra a população que permanece no norte, junta-se a interrupção da entrada de alimentos, água e medicamentos, naquilo que vários intervenientes classificam como uso da fome como arma da guerra.

Neste cenário, as gravações do horror que se sofre no Norte de Gaza chegam às redes. Um vídeo divulgado ontem mostrou como o exército sionista cercou um grupo de mulheres e crianças, separando os bebês das suas mães e levando-os para uma espécie de buraco, por onde circulavam tanques israelenses. Algumas testemunhas terão contado como, em algum momento, começaram a atirar as crianças na direção das mulheres, forçando-as a continuar a sua marcha para deixar o norte de Gaza, apesar de não terem recuperado os seus próprios filhos ou filhas.

Também foram divulgadas imagens em que homens palestinos são separados e conduzidos em massa por tropas sionistas para um destino desconhecido. As imagens lembram aquelas que há meses mostravam palestinianos forçados a despir-se e a ajoelhar-se, num exemplo da tortura e dos maus-tratos a que Israel submete os seus prisioneiros, abusos documentados por numerosas organizações. Alerta-se também que o destino destes homens parece ser tortura em centros de detenção como Sde Teiman, execução, ou mesmo serem enterrados vivos em valas comuns, como já aconteceu em torno do hospital Al Shifa.

Além da preocupação com o destino dos detidos, milhares de habitantes de Gaza estão desaparecidos sob as ruínas dos edifícios destruídos por Israel, segundo os números oficiais fornecidos pelo Ministério da Saúde da Faixa, e que chegam agora a 42.847 pessoas mortas e mais de 100.544 feridos, ficariam muito aquém da verdadeira extensão do genocídio.

Fora de Gaza, no Líbano, onde a ofensiva continua, o número de mortos continua a aumentar. Entre eles três jornalistas assassinados nas últimas horas. Com este ataque, Israel continua a sua política de assassinatos contra aqueles que informam sobre os massacres cometidos em Gaza, no Líbano ou na Cisjordânia. No início da semana, ele identificou seis jornalistas de Gaza como membros do Hamas, levantando alarmes sobre a sua segurança.

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