02 Dezembro 2024
Países membros da convenção da ONU sobre o tema deixaram mesa de negociações em Cali sem um acordo sobre o financiamento para proteção da biodiversidade.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 02-12-2024.
Desentendimentos entre países ricos e pobres sobre o volume de recursos e a gestão do fundo de financiamento para proteção da biodiversidade forçaram a suspensão da COP16 da Biodiversidade, no início de novembro, em Cali, na Colômbia. Agora, os países terão uma nova oportunidade para tentar destravar as negociações e chegar a um necessário e urgente consenso.
De 25 a 27 de fevereiro de 2025, em Roma, a COP16 será retomada, informam Folha, Capital Reset e ((o))eco. O objetivo do encontro será justamente [tentar] fechar um acordo sobre financiamento, o nó que ficou atado em Cali.
“Nas próximas semanas, e durante nossa reunião em Roma, trabalharei com as partes para construir a confiança e o consenso necessários para alcançar a paz com a natureza”, afirmou Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente da Colômbia, que chefiou a COP16, em um comunicado. Ela ainda acrescentou que garantir um acordo financeiro “será central para nossos esforços”.
Um dos pontos que ficou em aberto em Cali inclui mobilizar ao menos US$ 200 bilhões anuais até 2030, de fontes públicas e privadas, para conservação. Assim como reduzir incentivos prejudiciais em pelo menos US$ 500 bilhões por ano, também até o fim desta década.
Com quase 23 mil participantes, o encontro na Colômbia, no final de outubro e no início de novembro, foi a maior edição da COP da Biodiversidade. No fim da Conferência, as negociações foram prorrogadas por uma noite, mas mesmo assim a presidência colombiana do evento não conseguiu o consenso necessário.
A secretária-executiva da Convenção de Diversidade Biológica (CDB) da ONU, Astrid Schomaker, disse que o rápido acordo para retomar as discussões da COP16 ainda no início de 2025 “reflete a determinação de manter o ímpeto e garantir a implementação bem-sucedida do Marco Global.”
Apesar do adiamento de decisões críticas, houve avanços políticos na conferência. Um deles é o “Fundo Cali”, que deve receber recursos de setores que usam informações digitais sobre recursos genéticos, como farmacêutico e de biotecnologia, para compartilhar com países em desenvolvimento, Povos Indígenas e comunidades locais.
Também foram aprovadas medidas para reconhecer e recompensar Povos Indígenas, pessoas afrodescendentes e comunidades locais no cumprimento de metas globais de conservação. As regras sobre como isso ocorrerá devem ser definidas em até 2 anos.
Outras decisões da COP16 incidiram em temas como saúde e biodiversidade, espécies exóticas invasoras, avaliação de riscos de organismos geneticamente modificados, como mosquitos, e na revisão de áreas marinhas ecológica e biologicamente importantes, fora das jurisdições de cada país.
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COP16 da Biodiversidade será retomada para tentar destravar financiamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU