13 Novembro 2024
País tem uma “enorme oportunidade” de se antecipar a outras nações na corrida por investimentos verdes após eleição de Trump nos EUA, afirmou Keir Starmer.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 13-11-2024.
Depois dos Emirados Árabes Unidos e do Brasil, foi a vez do Reino Unido anunciar sua meta climática para 2035. O país se compromete a cortar 81% de suas emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 1990. O índice foi considerado ambicioso, mas, assim como a NDC brasileira, deixou no ar a pergunta de US$ 1 trilhão anuais em financiamento climático: como?
“É uma meta relativamente ambiciosa em comparação com a de muitos outros países e ajudará a ganhar impulso nessas negociações. Mas metas precisam ser respaldadas por ações ousadas. Quando o governo apresentar seu plano de ação, precisa incluir detalhes sobre como o país irá eliminar completamente o petróleo e o gás”, disse Rebecca Newsom, conselheira política sênior do Greenpeace UK, em um comunicado destacado pela Bloomberg.
O percentual foi revelado pelo Guardian e confirmado pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer em seu discurso na cúpula de líderes mundiais na COP29, em Baku, na 3ª feira (12/11), informa a Reuters. O índice supera a meta anterior, de 78%, e alinha a política do governo inglês às recomendações de seu consultor, o Comitê de Mudança Climática.
Ao chegar ao Azerbaijão, Starmer disse que o Reino Unido tem uma “enorme oportunidade” de se antecipar a outros países na corrida por investimentos verdes após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, relatam Guardian e Bloomberg. Um indicativo de que o país está disposto a “disputar” a liderança da agenda climática global, tão almejada pelo Brasil.
Em seu discurso na cúpula, Starmer declarou ainda que o Reino Unido “reconhece que o mundo está em um ponto crítico na crise climática” e prometeu restaurar o papel do país no esforço internacional. “Não há segurança nacional, não há segurança econômica, não há segurança global sem segurança climática.” E acrescentou que incentivou todos os países a apresentarem metas ambiciosas próprias.
Já quanto ao financiamento climático, o grande tema da COP29 e sobre o qual seu país tem grande papel, o primeiro-ministro britânico não foi tão “ousado”. Segundo o Financial Times, Starmer resistiu ao apelo por mais recursos públicos para lidar com as mudanças climáticas, afirmando que esses recursos “sozinhos não serão suficientes” e pressionou por uma maior contribuição do setor privado. Errado não está. Mas também não está certo, pelo histórico britânico na crise do clima.
Em uma reunião com o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, Starmer afirmou que o mundo precisará encontrar fontes de financiamento inovadoras e “eliminar as barreiras que bloqueiam o financiamento privado” para ajudar a custear a transição para a energia verde e adaptação às mudanças climáticas.
“Sabemos a dimensão do que é necessário, e sabemos que é imensa. Todos precisaremos ser inovadores”, disse ele. Só faltou falar em “disruptivo” para fechar o bingo das frases prontas exaustivamente repetidas em COPs, mas sem nenhum efeito prático.
O Greenpeace e o Uplift instaram um tribunal escocês a cancelar a licença de exploração do maior campo de petróleo inexplorado do Reino Unido, argumentando que isso causará danos “consideráveis” e injustificáveis ao planeta. As organizações acusam o antigo governo conservador do Reino Unido de ter concedido ilegalmente à petroleira norueguesa Equinor uma licença para explorar o campo de Rosebank, a cerca de 130 km a noroeste das Ilhas Shetland, no extremo norte da Escócia, e que contém quase 500 milhões de barris de petróleo e gás, informa o Guardian.
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Reino Unido anuncia meta climática com corte de 81% sobre emissões em 1990 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU