O abuso de menores, o motivo da renúncia de Syukur ao cardinalato?

Foto: Cena do filme "Graças a Deus" de François Ozon | Reprodução

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24 Outubro 2024

  • “Há uma questão de encobrimento de acusações de abuso sexual por parte de padres na sua diocese por trás da renúncia do bispo indonésio Paskalis Bruno Syukur, anunciada ontem à noite pelo Vaticano, para se tornar cardeal no próximo Consistório do Papa Francisco”, escreve o jornal. 'República'

O prelado é suspeito de ter protegido padres, segundo a imprensa italiana.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-10-2024.

A decisão do bispo indonésio Paskalis Bruno Syukur, que recusou ser nomeado cardeal pelo Papa Francisco, pode estar ligada ao fato de terem surgido na sua diocese casos de abuso sexual de menores, que implicam estruturas da Igreja, revelaram esta quarta-feira os meios de comunicação social italianos.

“Há uma questão de encobrimento de acusações de abuso sexual por parte de padres na sua diocese por trás da renúncia do bispo indonésio Paskalis Bruno Syukur, anunciada ontem à noite pelo Vaticano, para se tornar cardeal no próximo Consistório do Papa Francisco”, escreve o jornal Repubblica.

Segundo o jornal, o anúncio de que Syukur seria um dos próximos 21 novos cardeais do Consistório, no dia 7 de dezembro, desencadeou uma forte polêmica em seu país porque "o prelado é suspeito de ter protegido padres da diocese de Bogor que abusaram sexualmente de menores".

“Já em agosto de 2020, a revista independente Tempo havia escrito sobre dois abusos ocorridos, ambos em Depok, na província de Java Ocidental, entre Jacarta e Bogor, um numa igreja contra um coroinha e outro num orfanato gerido pelo Igreja", explica o jornal.

No caso do orfanato, “as vítimas de um frade que dirigia o estabelecimento seriam várias e contaram os seus testemunhos ao mesmo semanário”, acrescenta o Repubblica, que cita outros meios de comunicação indonésios segundo os quais "o clérigo também foi preso em 2019 e mais tarde colocado em liberdade".

O suposto autor de tais abusos seria o irmão Angelo Ngalngola, que alegou que o orfanato foi autorizado pela diocese, explica a agência Ansa, que acrescenta que na sequência do depoimento das vítimas “é possível que surjam encobrimentos”.

O Vaticano anunciou ontem à noite que Syukur rejeitou a designação para continuar a sua vida sacerdotal e que o Papa Francisco aceitou o seu pedido, explicou a Sala de Imprensa da Santa Sé num breve comunicado. “O pedido de Sua Excelência é motivado pelo seu desejo de continuar a crescer na vida sacerdotal ao serviço da Igreja e do povo de Deus”, lê-se na nota.

Com a renúncia, os novos cardeais serão 20, quatro deles sul-americanos: o arcebispo de Lima, D. Carlos Castilo Mattasoglio, 74 anos; o de Santiago do Chile, D. Fernando Natalio Chomali Garib (67); o de Santiago del Estero e primaz argentino, D. Vicente Bokalic Iglic (72) e o de Guayaquil, o equatoriano D. Guerardo Luis Cabrera (69).

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