Canonista quer proporção representativa de mulheres no Sínodo

A canonista italiana Donata Horak apelou a uma proporção representativa de mulheres em todos os órgãos consultivos católicos. Num fórum teológico do Sínodo Mundial, na noite de quarta-feira em Roma, ela explicou que o Direito Canônico já afirma que a composição dos órgãos consultivos deve refletir a composição do povo de Deus.

A informação é publicada por Katholisch, 10-10-2024.

Até agora, isto não se aplica à composição de gênero, embora esta seja uma dimensão essencial da existência humana. Isto deve mudar nos futuros sínodos para que a proporção de mulheres corresponda à proporção do povo de Deus, disse a especialista em direito canônico e professora em Vicenza. Horak também apresentou suas reflexões na mais recente reunião do Conselho dos Cardeais, em junho, na presença do Papa Francisco. O Conselho é o principal órgão consultivo oficial do Papa.

Apelo à reforma do Direito Canônico

Durante sua palestra na quarta-feira, Horak lamentou que o atual Código de Direito Canônico de 1983 tenha implementado apenas parcialmente a nova teologia e o ensino da Igreja do Concílio Vaticano II (1962-1965). Todo o poder ainda pertence ao clero e os comités sinodais têm uma função puramente consultiva. Isto deve ser mudado na próxima reforma do direito canônico.

Segundo Horak, um modelo sinodal deve substituir o modelo de hierarquia monárquica. Isto difere de uma monarquia, mas também de uma democracia com as suas decisões maioritárias.

Mais de 360 ​​homens e mulheres de todas as partes do mundo estão atualmente a discutir reformas de longo alcance na Igreja Católica como parte de um projeto de reforma iniciado pelo Papa em 2021. Existem mais de 270 bispos entre eles. Cerca de 1/8 dos participantes são mulheres, o que é uma novidade na história da Igreja.

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