Existem muitas tensões na Igreja Católica. Mas se quiser dar uma contribuição credível para a paz no mundo, a própria Igreja também deve ter paz nos seus quadrantes internos, sublinha o teólogo Thomas Söding.

A reportagem é de katholisch.de, 08-10-2024.

O assessor sinodal Thomas Söding vê a sinodalidade como um projeto interno de paz da Igreja. As religiões são convidadas a contribuir para a paz, mas para isso devem também ter paz nas suas relações internas, disse Söding na segunda-feira no portal católico de Colônia "domradio.de". Existem tensões na Igreja “entre aqueles que estão no comando ex officio e aqueles que perguntam das bases se e onde podem ter uma palavra a dizer e ter uma palavra a dizer na Igreja Católica”.

A Igreja deve a palavra-chave da sinodalidade ao Papa Francisco. “Há dez anos este termo não existia na Igreja Católica”, enfatizou Söding. Francisco descreveu a Igreja como uma Igreja sinodal na qual “algo tem de acontecer até a constituição da Igreja Católica”. No entanto, o Papa evita definir o termo e definir metas: “Percebo que ele está, por um lado, feliz por este tema que propôs ter sido aceite e, por outro lado, está feliz por ver um motivador".

Francisco não tolera politização no Sínodo

Na opinião de Söding, Francisco é “um jesuíta de ponta a ponta, que critica a preguiça de pensar e a satisfação com o status quo onde quer que o perceba”. Como homem espiritual, ele não tolera que os participantes do Sínodo queiram simplesmente “relaxar o seu programa político”. Ele diz a essas pessoas: “Primeiro fiquem em silêncio e ouçam os outros”.

A rodada final e decisiva do Sínodo Mundial se reunirá no Vaticano de 2 a 27 de outubro. O projeto de reforma global, que está em execução desde 2021, visa criar uma nova cultura de consulta e tomada de decisão na Igreja Católica. Söding foi nomeado pelo Papa Francisco como assessor teológico do Sínodo. O professor de Novo Testamento de Bochum também é vice-presidente da Comissão Central dos Católicos Alemães (ZdK). 

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