03 Outubro 2024
O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, disse nesta quarta-feira (2) que o Irã “não está buscando a guerra”, mas prometeu uma “resposta mais forte” no caso de uma retaliação israelense ao ataque maciço de mísseis de Teerã contra Israel no dia anterior. Autoridades europeias alertam sobre os riscos no espaço aéreo iraniano.
A reportagem é publicada por Rfi, 02-10-2024.
Se Israel “quiser reagir, teremos uma resposta mais forte”, declarou o presidente iraniano em uma coletiva de imprensa junto com o emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, em Doha. O Irã “não está buscando a guerra; é Israel que está nos pressionando a reagir”, acrescentou Pezeshkian.
As declarações foram feitas um dia depois que o Irã atacou Israel com cerca de 200 mísseis, 90% dos quais, segundo Teerã, atingiram o alvo. Um grande número deles foi interceptado pelo sistema antimísseis, de acordo com o exército israelense, que disse na quarta-feira que os mísseis haviam caído em bases aéreas do país sem causar nenhum dano. Esse ataque iraniano direto contra Israel, o segundo desde abril, disparou sirenes em todo o país, ferindo duas pessoas em Israel e matando um palestino na Cisjordânia ocupada, de acordo com os serviços de emergência e uma autoridade palestina.
“O objetivo mal-intencionado do regime sionista é semear a insegurança e espalhar a crise na região”, acusou ainda o presidente iraniano. “O que estamos pedindo aos Estados Unidos e aos países europeus é que digam à entidade que eles implantaram na região (Israel) que pare com o derramamento de sangue”, acrescentou.
Com seus ataques ao Hezbollah no Líbano, Israel está empurrando a região “para a beira do abismo”, advertiu o Emir do Catar. Ele também condenou os ataques israelenses na Faixa de Gaza, dizendo que Doha continuaria seus esforços de mediação para negociar um acordo de cessar-fogo na guerra desencadeada há quase um ano pelo ataque do Hamas palestino em solo israelense.
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Aesa) recomendou, nesta quarta-feira (2), que as companhias aéreas evitem sobrevoar o Irã devido aos "riscos elevados" causados pelo disparo de mísseis iranianos contra Israel na terça-feira e pela resposta prometida por este país. "Devido ao ataque iraniano contra Israel (...) e à anunciada resposta israelense, o espaço aéreo representa riscos elevados que devem ser considerados" pelas companhias aéreas, sublinhou a Aesa.
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Presidente do Irã diz que 'não quer guerra', mas promete resposta firme em caso de ataque israelense - Instituto Humanitas Unisinos - IHU