23 Setembro 2024
A reportagem é de José Lourenço, publicado por Religón Digital em 21-09-2024.
Cinco anos depois da sessão de abertura da causa de beatificação e canonização do Pe. Pedro Arrupe Gondra (1907-1991), 28º Superior Geral da Companhia de Jesus, na Aula della Conciliazione, no Palácio Apostólico de Latrão, no próximo dia 14 de novembro, viver-se-á outro dia igualmente histórico com o encerramento da fase diocesana, como confirmou ao Religión Digital Pascual Cebollada, postulador da causa dos religiosos bascos.
“A partir desse momento, as atas serão enviadas ao Dicastério das Causas dos Santos e terá início a fase romana”, acrescenta o jesuíta, onde o material, depositado em caixas “bem fechadas”, será aberto para ser revisto e certificar que o processo diocesano foi realizado corretamente e iniciar a elaboração da positio.
Este processo está sendo acompanhado com grande interesse por muitas pessoas ao redor do mundo, profundamente admiradoras da figura de Arrupe. Entre eles, um jesuíta como ele: Jorge Mario Bergoglio.
“Diversas vezes o Papa Francisco falou da figura deste grande Padre Geral e declarou que está muito próximo dele e ansioso por conseguir esta beatificação e canonização”, disse Antonio Spadaro, aludindo ao recente encontro que o Pontífice teve com os jesuítas de Singapura.
A missa de Bergoglio com Pedro Arrupe ao fundo | Foto: Religión Digital
Um processo que, como salienta Pedro Miguel Lamet ao Religión Digital, envolveu um enorme trabalho, dado que “uma vasta documentação relativa ao seu generalato” foi recolhida para estudo. Um material que, após cinco anos de trabalho, em 19 de fevereiro a Comissão Histórica (formada por Gianni La Bella, Monica Borsari, Robert Danieluk, SJ, Massimo De Giuseppe e Carlo Luongo), após prestar juramento sobre o trabalho realizado, entregou ao tribunal eclesiástico do Vicariato de Roma o material recolhido.
Membros da Comissão Histórica do processo de beatificação de Arrupe | Foto: Religión Digital
Juntamente com o relatório que o acompanha, encontram-se quase dez mil páginas de textos inéditos do Padre Arrupe e material impresso que tem a ver com a sua vida e a sua reputação de santidade, conforme relatado pela Companhia de Jesus.
Sobre o interesse manifestado por Francisco pela causa, Lamet, também jesuíta, biógrafo de um religioso basco (publicou os livros Arrupe, Testemunha do século XX: profeta do século XX e Amém e aleluia: vida e mensagem de Pedro Arrupe), está convencido de que aguardará que sejam seguidos os devidos procedimentos, como vem sendo feito até agora, e destaca que ainda mais, se possível, neste caso, tendo em conta que “Arrupe tem sido muito discutido pelo Cúria".
Pedro Miguel Lamet e seu livro sobre a vida de Arrupe | Foto: Religión Digital
“Lutei muito por esta causa durante 40 anos”, acrescenta Lamet, “quando Arrupe era muito mal visto. (...) Quando dou palestras sobre sua figura, sempre noto que elas são acompanhadas com muito interesse. É um personagem fascinante, um profeta à frente do nosso tempo”, afirma Lamet.
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Assim avança a beatificação de Arrupe: 14 de novembro, mais uma data histórica para a Companhia de Jesus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU