25 Junho 2024
A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 24-06-2024.
O Papa pede ao Opus Dei uma “atitude de diálogo e colaboração”. Como relata a prelazia em seu site, o prelado Fernando Ocáriz e o vigário auxiliar Mario Fazio reuniram-se com Francisco durante meia hora, num clima de “calorosa proximidade e carinho”.
Uma audiência que é registada pelo Boletim da Santa Sé e que ocorre na véspera da festa de São Josemaría Escrivá de Balaguer, quando estão prestes a terminar os trabalhos para sobre os estatutos para os adaptar ao motu proprio Ad charisma Tuendam, de julho de 2022, e a outro documento papal, de 08-08-2023, no qual Francisco modificou os cânones relativos às prelazias pessoais, que são equiparadas a associações clericais públicas com poder de incardinar clérigos, em virtude do constituição apostólica Praedicate Evangelium, que transferiu a jurisdição sobre as prelazias pessoais para o Dicastério para o Clero, do qual dependem também as associações clericais públicas com poder de incardinação. Neste momento, a única Prelazia Pessoal existente é o Opus Dei.
“Eu gostaria de pedir suas orações por duas intenções: o próximo encontro de especialistas em Estatutos, que acontecerá no final do mês; e o fruto espiritual da viagem que nos próximos meses me levará a alguns países da Europa e da América". É assim que Vosso Padre Fernando Ocáriz, prelado do Opus Dei, se despede da sua última mensagem aos fiéis da prelazia, publicada antes do encontro desta manhã.
Segundo informou a prelazia, o prelado informou ao Papa “sobre o trabalho que está sendo feito com o Dicastério para o Clero relativo à adaptação dos estatutos, sublinhando o clima familiar e o diálogo aberto em que estes eventos acontecem”.
Ao mesmo tempo, Ocáriz informou Francisco de alguns atos de preparação ao centenário do Opus Dei e da sua próxima viagem à América do Sul. Por sua vez, o Papa encorajou o prelado a “estar muito próximo das pessoas, especialmente nos países onde há mais sofrimento, ou onde o trabalho evangelizador é mais difícil”.
Uma tese que corrobora as afirmações do prelado do Opus Dei numa entrevista publicada hoje no El Debate, e na qual Ocáriz destaca que “assim como os carismas não devem ser absolutizados, a lei também não deve ser absolutizada”.
Por isso, acrescenta, "o Opus Dei tem passado por diversas soluções institucionais para encontrar a fórmula mais adequada, que integre, por um lado, a tutela do carisma e, por outro, uma figura jurídica que lhe dê um lugar na Igreja e reflete a sua natureza sem a restringir ou sufocar. Sobre o futuro, o prelado da Obra admite, no passado, que “a figura jurídica da prelazia pessoal adaptou-se muito bem ao espírito do Opus Dei e dos seus apostolados”, embora evite falar dos estatutos. “Como você entende, não seria prudente da minha parte me referir a um possível novo modelo jurídico antes de concluir o processo em que trabalhamos há quase dois anos”.
Naturalmente, ele conclui: “A elasticidade do Direito Canônico pode ajudar a combinar o desejo da Santa Sé e da própria Obra de fazer avançar a missão da Igreja num mundo em mudança, encontrando soluções adequadas sem falências institucionais”.