02 Mai 2024
Todos os rios monitorados pelas autoridades do estado estão com níveis acima dos limites de alerta.
A reportagem é publicada por Sul21, 01-05-2024.
A situação grave provocada pelas chuvas intensas que caem no Rio Grande do Sul desde a última segunda-feira (29) pode se tornar ainda mais complicada nos próximos dias. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre esta quarta (1º) e a quinta-feira (2), uma ampla área de baixa pressão atmosférica deve favorecer a formação de novas áreas de instabilidade, juntamente com a formação e deslocamento de uma frente fria. A Metsul Meteorologia alerta para a possibilidade de desastre de grandes proporções no estado.
Ainda de acordo com a Metsul, os acumulados de chuva nos últimos cinco dias estão entre 300 mm e 500 mm em vários municípios do Centro e do Nordeste do Rio Grande do Sul, regiões em que os modelos de previsão do tempo globais e de alta resolução indicam mais 150 mm a 300 mm nas no restante desta semana e no fim de semana. Além disso, uma grande massa de ar seco e quente persistente com um bloqueio atmosférico no Centro do Brasil faz com que a umidade amazônica seja canalizada por áreas do interior da América do Sul em direção ao Sul até o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
A previsão é que nem mesmo a chegada de uma frente fria nesta quinta consiga romper o bloqueio. No final de semana, o ar mais quente começa a retornar ao estado, mantendo a instabilidade. Como o ar quente tropical avança junto para Sul, forma-se uma combinação explosiva de umidade abundante com atmosfera muito aquecida, o que forma sucessivamente fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos e temporais isolados com granizo e vendavais.
Os dados indicam que localidades do Centro para o Norte do estado serão as mais afetadas pela chuva neste intervalo de cinco dias, com volumes entre 150 mm e 300 mm. Estas áreas de chuva excessiva a extrema são justamente as regiões mais afetadas por inundações no momento, como o Centro do estado, os vales, a Grande Porto Alegre e a Serra Gaúcha.
O estado vem sofrendo com ciclos cada vez mais recorrentes de intempéries climáticas. No segundo semestre do ano passado, enchentes provocadas por fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari, em uma das piores cheias em décadas, e deixaram um rastro de destruição, perdas materiais e cerca de 50 mortes.
Os vales do Caí e Taquari já enfrentam uma situação severa, com risco de alagamentos no mesmo nível dos ocorridos em novembro do ano passado, quando o estado enfrentou uma das maiores enchentes da história”, informou o governo do RS.
Todos os rios monitorados pelas autoridades do estado estão com níveis acima dos limites de alerta. Nos próximos dias, a preocupação se estenderá aos municípios da região metropolitana de Porto Alegre, incluindo os rios Jacuí, Guaíba e Sinos, que também podem transbordar.
Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram dez mortos e 21 pessoas desaparecidas. De acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil do estado, na manhã desta quarta-feira (1º), 104 municípios foram afetados, 1.431 pessoas estão desalojadas e 1.145 foram levadas para abrigos.
A prioridade do governo local é no resgate de famílias ilhadas. Ontem (30), o governador Eduardo Leite conversou, por telefone, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu apoio federal nas ações.
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Chuva não dá trégua e situação deve se agravar ainda mais no RS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU