22 Fevereiro 2024
A Sala de Imprensa do Vaticano informa sobre o trabalho realizado nos últimos meses pelo Dicastério sobre o caso do ex-jesuíta e renomado artista, acusado de abuso psicológico e sexual por algumas religiosas: "As instituições envolvidas foram contatadas e a busca foi ampliada para outras realidades". Uma coletiva de imprensa foi realizada hoje em Roma com duas ex-consagradas da Comunidade Loyola, presumíveis vítimas de Rupnik.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican News, 21-02-2024.
As instituições envolvidas foram contatadas nos últimos meses; o "raio de busca" também foi ampliado para incluir realidades com as quais não havia contato anterior; documentações foram recolhidas e agora estão sendo estudadas. O trabalho do Dicastério para a Doutrina da Fé continua no caso de Marko Rupnik, o conhecido mosaicista e pregador acusado de abuso psicológico e sexual por algumas mulheres consagradas maiores de idade e demitido em junho de 2023 da Companhia de Jesus, da qual era membro. Em 27 de outubro do ano passado, Francisco havia confiado ao antigo Santo Ofício a tarefa de examinar o caso, depois de decidir "renunciar ao estatuto de limitações para permitir a realização de um julgamento". Uma decisão tomada após os relatórios enviados em setembro pela Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores ao Papa sobre "sérios problemas" no tratamento do caso Rupnik e "falta de proximidade com as vítimas".
Como informa a Sala de Imprensa da Santa Sé: "Nos últimos meses, seguindo a incumbência recebida por parte do Papa no final de outubro, o Dicastério para a Doutrina da Fé contatou as instituições envolvidas em diferentes instâncias no caso para receber todas as informações disponíveis sobre o ocorrido". "Depois de ter ampliado o campo de busca para realidades não contatadas anteriormente e de ter acabado de receber os últimos elementos resultantes, agora será uma questão de estudar a documentação adquirida para poder definir quais procedimentos serão possíveis e úteis de serem implementados", explica a Sala de Imprensa do Vaticano.
Na manhã desta quarta-feira, 21 de fevereiro, foi realizada uma coletiva de imprensa em Roma, na sede da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), com duas ex-consagradas da Comunidade Loyola, Gloria Branciani e Mirjam Kovac, uma italiana e a outra eslovena, presumíveis vítimas de Rupnik. As duas mulheres - acompanhadas por sua advogada Laura Sgrò - relataram "abusos físicos, psicológicos e sexuais" e "abusos espirituais e de consciência" que sofreram pessoalmente ou dos quais tomaram conhecimento quando eram muito jovens por parte daquele que era considerado uma figura de referência na comunidade. As duas ex-religiosas esperam obter finalmente a verdade e a justiça, sem nenhuma "vingança pessoal". "Eu me perdoei e perdoei Rupnik", disse Gloria Branciani aos jornalistas presentes, reiterando sua esperança de que "a verdade e o mal sofrido sejam reconhecidos".
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Rupnik, Doutrina da Fé continua a investigação: documentação em estudo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU