15 Dezembro 2023
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 13-12-2023.
À imagem e semelhança de seu "venerável arcebispo Lefebvre" – embora com um toque italiano, não é à toa que o sonho fundador de Carlo Maria Viganò deveria se materializar em Viterbo –, o ex-núncio nos Estados Unidos anunciou através do site de sua associação, Exsurge Domine, a criação de um colégio e seminário, "uma estrutura de vida clerical compartilhada para clérigos e religiosos que foram alvo das purgas bergoglianas", conforme aponta o arcebispo italiano.
"Hoje, na Igreja, há centenas, milhares de clérigos, padres, religiosos e leigos a quem uma autoridade tirânica e corrupta nega o sacrossanto direito de serem fiéis a Nosso Senhor, como foram nossos irmãos na Fé durante dois mil anos", indica Viganò para justificar as razões para esta fundação que aprofunda o caminho cismático, ao estilo do arcebispo francês.
"Não tolera a Tradição", continua Viganò sem citar quem é esse intolerante, mas enumerando quem seriam os alvos dessa "autoridade tirânica": "Os rígidos, os atrasados devem ser considerados afetados por um transtorno patológico e devem ser expulsos da Igreja. Pouco importa se ficarem na rua, sem meios de subsistência e sem moradia", lamenta.
Daí a razão pela qual ele considera que, agora, este centro "é tanto mais necessário em um momento em que os seminários, distorcidos em disciplina e formação doutrinária, são receptáculos de corrupção e escolas de heresia para os poucos que ainda se atrevem a se aventurar lá. Portanto, precisamos de uma formação sólida e intransigente para o sacerdócio, que seja economicamente autossuficiente para não temer represálias do Vaticano".
O Collegium Traditionis, como anunciado, "destina-se a acolher clérigos e religiosos que foram privados de sua paróquia ou expulsos de sua comunidade devido à sua incompatibilidade com a abordagem doutrinária, moral e espiritual da Igreja bergogliana. Exsurge Domine dará a eles a possibilidade de uma vida comunitária, seguindo o modelo tridentino das colegiadas".
Além disso, o Collegium "também estará aberto à formação clerical, para receber jovens que desejem responder ao chamado do Senhor para se dedicar inteiramente à sua glória e à santificação das almas", para o que será realizada "uma necessária seleção de candidatos para dar a todos a oportunidade de assimilar a abordagem tradicional de uma comunidade eclesiástica inspirada nos ditames da reforma desejada por São Carlos Borromeu em aplicação dos decretos do Concílio de Trento".
O Collegium Traditionis já está sendo construído em uma extensa propriedade na província italiana de Viterbo. "As obras já estão avançadas, tanto no que diz respeito à renovação e restauração dos edifícios existentes quanto à construção de novos edifícios". Agora, será preciso aguardar para ver o resultado vocacional e se o próprio Viganò dará o passo para a ordenação dos padres que ele imagina.
Ao serviço da diplomacia vaticana há 50 anos, Viganò, que foi núncio nos Estados Unidos de 2011 a 2016, tornou-se um dos críticos mais ferrenhos do Papa Francisco e esteve envolvido em vazamentos destinados a minar o pontificado do primeiro Papa latino-americano, a quem acusa de encobrir Theodore McCarrick, o ex-cardeal pedófilo.
Da mesma forma, Viganò protagonizou declarações escandalosas em sua deriva em direção a posições mais radicais, com teorias conspiratórias sobre o coronavírus, alinhando-se politicamente ao ex-presidente Donald Trump e incentivando a islamofobia em suas redes sociais.
L’élite globalista vuole cancellare le nazioni cristiane favorendo l’invasione maomettana, in nome della (chimerica) inclusività e dell’integrazione (impossibile).
— Arcivescovo Carlo Maria Viganò (@CarloMVigano) September 24, 2023
Bergoglio, che è uno dei più zelanti servi del Nuovo Ordine Mondiale - debitamente foraggiato - elogia la… pic.twitter.com/H98MmwpgBp
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O bunker de Viganò: o ex-núncio quer fundar um seminário “anti-Francisco” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU