Clérigos de direita. A fé de D. Viganò em Putin, baluarte cristão contra o Anticristo

Carlo Maria Viganò | Foto: Franciscal Foundation for the Holy Land

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

21 Março 2023

"Criticando pela enésima vez o pobre BergoglioMonsenhor Viganò em geral haure no vasto repertório da conspiração para unir pandemia e guerra, a elite de Davos e a teoria de gênero, a OTAN e o Fundo Monetário InternacionalGeorge Soros e Bill Gates. Em suma, o projeto 'delirante' da Nova Ordem Mundial".

O comentário é de Fabrizio D'Esposito, publicado por Il Fatto Quotidiano, 20-03-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o comentário.

Um pró-putiniano no sentido mais profundo da definição – por sua própria e orgulhosa admissão – que vai ao ataque do Anticristo no sinal da , com a letra maiúscula: “Estamos lutando uma batalha de época: permanecemos sob o manto da Santíssima Virgem, gloriosa Nikopeia, juntos ao Arcanjo São Miguel. A vitória pertence a Cristo e àqueles que se colocam sob o santo estandarte da Cruz".

Quem fala é o inefável D. Carlo Maria Viganò (há muito tempo que não falamos dele), oráculo ouvido e venerado por muitos dos clérigos de direita que se opõem ao pontificado de Francisco. O ex-núncio apostólico nos Estados Unidos enviou uma entusiástica mensagem de vídeo ao recente congresso do Movimento Internacional dos Russófilos, realizado em Moscou na semana passada. Antes de Putin e da guerra na Ucrânia, monsenhor Viganò foi um fervoroso partidário de Donald Trump, cuja não reeleição é assim explicada no vídeo enviado a Moscou, juntando alguns eventos: “Até mesmo a fraude eleitoral de 2020 nos Estados Unidos da América foi indispensável para impedir a confirmação do presidente Donald Trump, assim como em 2013, o deep state e a deep church conseguiram que o Papa Bento XVI renunciasse e fizeram eleger uma pessoa apreciada pela Nova Ordem Mundial, o jesuíta Jorge Mario Bergoglio”.

Criticando pela enésima vez o pobre Bergoglio, Monsenhor Viganò em geral haure no vasto repertório da conspiração para unir pandemia e guerra, a elite de Davos e a teoria de gênero, a OTAN e o Fundo Monetário Internacional, George Soros e Bill Gates. Em suma, o projeto “delirante” da Nova Ordem Mundial.

O combativo e esperançoso prelado sustenta: “Um projeto infernal, como justamente evidenciou num seu recente discurso o presidente Vladimir Vladimirovich Putin, no qual o ódio pela civilização cristã quer criar uma sociedade de escravos subservientes à elite de Davos. Uma sociedade distópica, sem passado e sem futuro, sem e sem ideais, sem cultura e sem arte, sem pais e mães, sem família e estado, sem mestres e guias espirituais, sem respeito pelos idosos e esperanças para os nossos filhos. Resultado: “A Federação Russa inegavelmente se coloca como o último baluarte da civilização contra a barbárie” e contra aqueles que querem realizar o reinado do Anticristo, assim como moderno Leviatã imposto pelo Great Reset, que já espalhou a Covid por todo o globo terráqueo. Daí a investidura sagrada de Putin para a liderança de uma Aliança Antiglobalista dos povos livres do Ocidente.

Mas os católicos de direita não estão todos de acordo com o putinismo extremo de monsenhor Viganò. Há tempo o professor Roberto de Mattei, ex-consultor de história de Gianfranco Fini, presidente da Câmara, sustenta o contrário: "A missão imperial da Rússia não corresponde apenas às ambições geopolíticas de Putin, mas também ao pedido do Patriarca Kirill, que confiou a missão de realizar a 'Terceira Roma' eurasiana, sobre as ruínas da segunda Roma católica, destinada a desaparecer como todo o Ocidente. Pode um católico aceitar essa perspectiva?”. Quem vai contar isso a Viganò?

Leia mais