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Luigi Bettazzi, o bispo do Concílio

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17 Julho 2023

"Conheci dom Luigi Bettazzi em Ivrea, em 1982, em um momento importante, mas nada fácil da minha vida. Eu tinha ouvido falar muito dele: conhecia suas intervenções feitas no Concílio Vaticano II (1962-65) como um jovem bispo auxiliar de card. Lercaro de Bolonha", escreve Sérgio Bocchini, professor assistente do Departamento de Ciência e Tecnologia Aplicada (DISAT) da Universidade de Torino, em artigo publicado por Settimana News, 16-07-2023.

Eis o artigo.

Na manhã deste domingo, às 5h35, morreu Luigi Bettazzi (Treviso, 26 de novembro de 1923 – Albiano d'Ivrea, 16 de julho de 2023), o último bispo italiano e europeu a ter participado do Concílio Vaticano II (1962-65).

Testemunha até ao fim dos seus dias da importância que o Concílio representou para a Igreja Católica (mas não só), o Luigi Bettazzi ficou conhecido pelas suas posições corajosas e contracorrentes, sempre pronto a empenhar-se pessoalmente por tudo o que diz respeito à paz e aos direitos do ser humano.

Famoso por suas "cartas abertas" "Aos políticos" e aos que tinham responsabilidades (uma das últimas foi "Aos sonegadores fiscais" - Avvenire, 8 de julho de 2020), foi uma testemunha do evangelho, muitas vezes incômodo para muitos, também na sua Igreja, que, no entanto, sempre serviu com obediência e transparência.

Frequentemente citava a passagem evangélica de Mateus que fala do juízo: "Tive fome e destes-me de comer..." (25,35-44). E aos que o censuravam por ser um bispo de esquerda, respondia espirituosamente que era apenas “canhoto”.[1] Em 2015, com a eleição do Papa Francisco, Bettazzi viu em parte a realização de seu sonho eclesial.

Conheci dom Luigi Bettazzi em Ivrea, em 1982, em um momento importante, mas nada fácil da minha vida. Eu tinha ouvido falar muito dele: conhecia suas intervenções feitas no Concílio Vaticano II (1962-65) como um jovem bispo auxiliar de card. Lercaro de Bolonha. Conhecia suas posições proféticas em favor da paz e dos pobres, suas inovadoras atividades pastorais na diocese de Ivrea e também as suas "cartas" abertas e contracorrentes, em particular aquela de julho de 1976 "A Enrico Berlinguer", secretário geral do PCI (Partido Comunista Italiano), mas nunca havia me encontrado com ele pessoalmente.

Deparei-me com um bispo ainda mais simples e simpático do que eu imaginava: não só nunca utilizava aquele "nós" majestoso que na época - com raras exceções - usava a maioria dos seus "colegas" bispos, enquanto baixavam do alto palavras cheias de verdade. Em vez disso, me encontrei com um verdadeiro "homem", que falava contigo olhando nos olhos, cuidando para não te ferir, mas - acima de tudo - para não te julgar.

Essas não eram - e infelizmente ainda não são - qualidades muito frequentes em certos ambientes eclesiais, mesmo depois daquele saudável sopro de renovação que foi o Concílio Vaticano II para a Igreja Católica. De fato, entre as fileiras mais tradicionalistas do catolicismo, foram muitos os que se apressaram a minimizar o evento conciliar, contando fortemente com a aplicação da máxima do leopardo: "Mudar tudo para não mudar nada".

Mas para Bettazzi o Concílio Vaticano II mudara profundamente a Igreja Católica, marcando-a para sempre. O que ele chamava de "revolução copernicana do Concílio" trouxe a comunidade de fiéis de volta ao espírito evangélico de suas origens, do qual não era mais possível voltar atrás, apesar das várias tentativas, mais ou menos óbvias, dos boicotes e dos contínuos encobrimentos.

Dom Luigi continuou a vivenciar pessoalmente o Concílio, testemunhando-o circulando pela Itália e pelo mundo católico, por toda parte até poucos meses antes de sua morte, nunca recusando um convite para falar sobre o Concílio Vaticano II.

“Eu vivo no trem”, me contava brincando, se fazendo acompanhar até a estação de trem para ir à Puglia falar sobre o Concílio. “Sou a última testemunha viva de todos os bispos italianos e europeus que participaram do Concílio (“mas apenas da segunda sessão”, especificava). Nunca me recuso a falar do Concílio, ainda que arraste com um pouco de esforço esta perna que já não me obedece”. E, com o seu humor proverbial que nunca o abandonava, contou-me quando foi a uma relojoaria de Bolonha para a consertar: "Bom dia, vi no letreiro da sua loja que o senhor conserta ‘também’…Você poderia consertar a minha perna”. E com um sorriso irônico, ele me explicou que parou para perguntar por que a placa da loja dizia: "Consertamos relógios de todos os tipos, também velhos".

Ele era famoso por suas piadas e as contava muito bem. Entre as melhores que eu ouvi dele tem aquela de São Pedro que acompanha em visita um grupo de pessoas de várias religiões e confissões cristãs. O paraíso - conta Bettazzi - é composto por um número enorme de casas, edifícios muito altos e grandes jardins. Há pessoas de todas as idades, culturas e tradições religiosas. Para todos é a alegria perfeita. Mas a certa altura São Pedro e seus convidados chegam a uma fortaleza sombria, com fossos, fortificações e pontes levadiças. São Pedro dirige-se ao grupo em voz baixa: “Por favor, não façam barulho e sejam discretos. Aqui estão os católicos: acreditam que são os únicos no paraíso…”.

Bettazzi também era isso. Transmitia mensagens teológicas importantíssimas, mas de forma leve, com o sorriso, sempre fino e um pouco irônico nos lábios. Lembro-me com quanta precisão e detalhes ele me contou sobre suas intervenções no Concílio, quando era um jovem bispo auxiliar de card. Lercaro de Bolonha.

Seus detratores, toda vez que ele tomava a palavra na sala conciliar, ironicamente diziam que era "a voz do patrão" (isto é, de Lercaro). Foram três as suas intervenções proferidas na sala conciliar e cinco apresentadas por escrito; todas sobre tópicos particularmente importantes. É famosa aquela sobre a colegialidade dos bispos em que ele esperava um poder menos centralizado sobre o papa e mais compartilhado com os bispos, de forma colegiada, justamente.

Por ocasião do livro-entrevista mencionado na nota, pude passar longos períodos com ele e conhecê-lo ainda melhor. O livro, de fato, é fruto de várias conversas, todas realizadas em Albiano, nos arredores de Ivrea, na casa que lhe foi disponibilizada pela diocese de Ivrea, e que compartilhou com a Cisv (Comunidade empenho para o serviço voluntário) e uma comunidade de acolhimento de migrantes.

Na verdade, não foi fácil obter o seu consentimento para o livro-entrevista, porque o vivia um pouco como um “crocodilo”, que no jargão jornalístico é a matéria já preparada em antecipação à morte de um personagem já em idade avançada; mas sobretudo porque Bettazzi adorava escrever ele mesmo os seus livros, sem intermediários. Costumava dizer que o segredo da sua longevidade era "escrever um livro por ano", o que explicava porque a sua lista de livros é particularmente longa. No entanto, depois de um certo vai-não-vai, no qual eu disse a ele para ficar à vontade e fazer "o que seu coração mandasse", recebi um telefonema algumas semanas depois no qual ele dizia que concordava em fazer um livro-entrevista, mas sem o seu nome como autor na capa “porque aquela não seria a sua autobiografia oficial”.

E assim foi, ainda que eu guarde não só todas as gravações, mas também as respostas escritas de próprio punho num belo caderninho preto para as perguntas que considerava mais "impertinentes".

Esse também era um aspecto interessante dom Luigi. Ele não era apenas um autor "muito prolífico", mas também muito preciso e meticuloso, atento aos mínimos detalhes. Pelas partes que considerava mais importantes ou delicadas do livro (o contexto de suas intervenções no concílio, suas posições sobre a pobreza na igreja (o "Pacto das catacumbas”), seus juízos sobre alguns aspectos éticos da Igreja Católica e outros mais) não apenas escrevia as respostas de próprio punho, mas também queria revisar os rascunhos finais. Ele não mudou nada do que escrevi, apenas corrigiu algumas vírgulas e erros de digitação; mas fazia questão de reler tudo, demonstrando nisso grande profissionalismo.

Obrigado por tudo, dom Luigi, pelo seu grande coração humano, muito pouco clerical e aberto a tudo e a todos; por sua coragem em ter acreditado na paz até o fim e também por todas as verdades incômodas sobre as quais não se calou, em nome daquela "parrésìa" ou transparência evangélica típica das verdadeiras testemunhas de Cristo. E obrigado também por aqueles deliciosos tortellini de Bolonha, preparados para mim na sua cozinha de Albiano com amizade e simplicidade.

Descanse em paz, caro D. Luigi, e mande lembranças a todos os amigos de Ivrea que o precederam ao longo dos anos e que espero poder encontrar.

Nota

[1 ] Un vescovo mancino: Conversazione di Luigi Bettazzi di Sergio Bocchin, EDB, Bolonha 2016, p. 19.

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