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A Bíblia? Uma biblioteca de 73 livros

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12 Janeiro 2023

Sagradas Escrituras. O código da cultura ocidental foi redigido em diferentes épocas e por várias mãos. E até Deus entrou em cena como escritor.

O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 08-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Era 18 de fevereiro de 1990 quando me debrucei pela primeira vez sobre essas páginas, fazendo a resenha do livro Jesus e as mulheres de Marco Garzonio, recém-publicado pela Rizzoli. O título atribuído à minha primeira contribuição foi emblemático: “Em casa com Marta e Maria” e a minha participação havia sido solicitada por Armando Torno, então editor do “Domenicale” e que ainda hoje nos acompanha em todos os números com a sua deliciosa coluna. Muitas figuras importantes da cultura italiana se sucederam antes ou depois de mim: entre elas, mencionarei apenas uma espécie de "patriarca" e mestre extraordinário que ainda nos acompanha com seus artigos, Carlo Carena.

Esta digressão autobiográfica no início do novo ano quer se expandir a uma celebração livre do texto que mais estudei e que muitas vezes dominou as minhas resenhas, ou seja, a Bíblia. Trata-se de um curioso termo singular que se origina de um plural grego, Biblia, porque é uma biblioteca de 73 livros de diferentes cronologias, confiados a múltiplas mãos autorais e redacionais e em diferentes extensões quantitativas. Vai desde um Jeremias, que se baseia em 21.819 palavras hebraicas, até o livro de outro profeta, Obadias, composto de apenas 291 palavras, assim como Lucas totaliza 19.404 palavras em seu Evangelho, enquanto a Terceira Carta de João se contenta com 219 palavras e assim por diante, com São Paulo construindo a arquitetura de sua obra-prima, a Carta aos Romanos, com 7.094 palavras gregas, enquanto sua carta a Filémon lista apenas 335.

É sugestivo notar que o próprio Deus entra em cena na Bíblia como escritor: “O Senhor deu a Moisés as duas tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus... Ele vos deu as dez palavras [o Decálogo] e as escreveu em duas tábuas de pedra... mas as deu depois de tê-las escrito em duas tábuas de pedra...”, e assim continua em várias passagens do Êxodo e do Deuteronômio a mencionar essa atividade de Deus como escritor “com o dedo” nas tábuas entregues a Moisés. Ele, por sua vez, revela-se como escritor: “Moisés escreveu todas as palavras do Senhor... Escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras... Moisés escreveu esta lei e deu-a aos sacerdotes filhos de Levi...”.

Não é à toa que se usa o lema “livro da Lei” e o verbo hebraico ktb, “escrever”, aparece 204 vezes no Antigo Testamento com um enxame de derivados, enquanto o equivalente grego do Novo Testamento, graphein, ressoa 191 vezes e o substantivo graphé 50 vezes. Aliás, a metáfora da escrita divina atinge a sua plenitude quando une Autor e Leitor, numa célebre passagem de Jeremias: “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração” (31,33). Assim nasceu a concepção performativa e não meramente informativa da Sagrada Escritura, que entre outras coisas no mundo judaico se chama Miqra, "leitura" (a mesma raiz está na base do Alcorão).

O tema do comer simbólico do Livro Sagrado situa-se nesta linha, como recorda Ezequiel, convidado por Deus a "comer o rolo” profético: "Filho do homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi: e era na minha boca doce como o mel" (3,1-3). É a mesma experiência a que é levado o Vidente do Apocalipse: “Vai e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar ... de comi-o: e na minha boca era doce como mel, e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo” (10:8-10).

Essa comunicação-comunhão que ocorre com a palavra sagrada foi ilustrada de maneira emocionante pelo famoso teólogo alemão de origem italiana Romano Guardini, em seu Elogio del libro (1951; Morcelliana, 1985) quando descreve o trágico episódio bélico de um pelotão de soldados bloqueado em uma furna, cercado por inimigos e votado à morte. "O capelão militar, sentindo que não tinha nada mais aceitável a dizer naquela hora, tirou do bolso o Novo Testamento, rasgou as páginas e deu uma a cada soldado." Era uma espécie de viático "sacramental" para entrar na vida após a morte, como se costuma fazer na Eucaristia.

Esse entrelaçamento necessário e eficaz entre Autor e Leitor aplica-se obviamente a todas as grandes obras, como observava sugestivamente Paul Ricoeur no seu Conflito de interpretações (1969, Rés Editora, 1988): “O texto órfão do pai, o autor, torna-se filho adotivo da comunidade dos leitores”. E aqui se abre o grande e complexo capítulo da hermenêutica bíblica que procura evitar que o leitor fique preso a dois extremos, a Cila do literalismo fundamentalista e a Caríbdis da alegoria desenfreada. Ambas ofuscam o texto, aliás, em muitos casos, se revelam parasitárias. Por isso a operação interpretativa é delicada e deve proceder no cume afiado e é a esse percurso que conduzem muitos ensaios de exegese ou de teologia bíblica que apresentamos nestas páginas, na consciência do que afirmava o teólogo Jean Leclercq em seu L'amour des lettres et le désir de Dieu (1957): “Escatologia e gramática estão intimamente conectadas entre si”.

Sendo a Bíblia "o grande código da cultura ocidental", como se costuma dizer na esteira de William Blake e Northrop Frye, nossa insistência no conhecimento das Escrituras não é tanto apologética, mas sobretudo cultural porque - e o dizia ninguém menos que Nietzsche - “entre o que sentimos ao ler Píndaro ou Petrarca e ao ler os Salmos, há a mesma diferença que entre a terra estrangeira e a pátria”.

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