31 Agosto 2022
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 31-08-2022.
A guerra, novamente no pensamento do Papa. Francisco aproveitou o momento das saudações, no final da audiência geral de quarta-feira, para se referir à situação que o planeta vive, agravada desde a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
Assim, ao saudar os peregrinos poloneses presentes na audiência, Francisco lembrou que amanhã, 1º de setembro, marca o 83º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pelo exército de Hitler, e destacou que no hoje "estamos vivendo uma Terceira Guerra Mundial", aludindo aos muitos conflitos que se abatem sobre o planeta, incluindo a "dolorosa" guerra na Ucrânia.
Mas ele também se referiu ao "dano que a humanidade está causando à Criação", pelo qual também fez um "chamado para que os líderes mundiais reflitam sobre as mudanças climáticas e os danos ecológicos e parem". Recordou também a visita ao Iraque, que nestes dias vive, mais uma vez, momentos convulsivos, com confrontos, e pediu para que “este povo possa enfrentar as dificuldades atuais e alcançar a paz, tranquilidade e convivência saudável”.
Depois da velhice, nesta quarta-feira, 31 de agosto, na audiência geral, o Papa Francisco anunciou qual será o próximo ciclo de conferências: o discernimento. É, disse o Papa, “um ato importante que diz respeito a todos, porque as eleições são uma parte essencial da vida. Escolhe-se a comida, a roupa, um curso, um emprego, um relacionamento”.
"O discernimento - acrescentou - apresenta-se como um exercício de inteligência, habilidade e também de vontade, para aproveitar o momento favorável: são condições para fazer uma boa escolha" diante de "situações inesperadas e imprevistas em que se essencial reconhecer a importância e a urgência de uma decisão a ser tomada".
Mas, além dessas questões, acrescentou o Pontífice, no Evangelho, o discernimento “envolve os afetos”. "É a alegria dos Magos quando, depois de um longo e doloroso caminho, voltam a ver a estrela (cf. Mt 2,10); é a alegria das mulheres que voltam do sepulcro vazio depois de ouvirem o anúncio da anjo da ressurreição (cf. Mt 28,8). É a alegria de quem encontrou o Senhor", destacou Francisco.
Mas, ao mesmo tempo, o discernimento implica “um esforço”, acrescentou. “Deus nos convida a avaliar e escolher: ele nos criou livres e quer que exerçamos nossa liberdade. Portanto, o discernimento é um desafio”.
Nesse sentido, Francisco salientou que "Deus dá ao homem uma instrução precisa: se queres viver, se queres gozar a vida, lembra-te de que és criatura, que não és o critério do bem e do mal, e que o escolhas que fizeres terão consequências, para ti, para os outros e para o mundo (cf. Gn 2,16-17); podes fazer da terra um magnífico jardim ou podes transformá-la num deserto de morte".
Mas, sublinhou o Papa nesta primeira catequese sobre o discernimento, "Deus é Pai e não nos deixa sozinhos, está sempre pronto a aconselhar-nos, a encorajar-nos, a acolher-nos. Mas nunca impõe a sua vontade. Porquê? ele quer ser amado e não temido. E o amor só pode ser vivido em liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e para isso é preciso discernir".
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Papa Francisco na audiência de hoje: “Estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU