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O narcisismo bélico de Putin. Artigo de Massimo Recalcati

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01 Abril 2022

 

"Destrutividade e autodestrutividade estão sempre ligadas como a frente e o verso de uma mesma folha de papel. Pode ser visto dramaticamente na bomba atômica: o imenso poder desse dispositivo de guerra, ao mesmo tempo em que atribui poder ilimitado a quem o possui, também o vincula a um destino fatal de autoaniquilação. O instrumento da destruição revela assim seu caráter plenamente autodestrutivo", escreve Massimo Recalcati, psicanalista italiano e professor das universidades de Pavia e de Verona, em artigo publicado por La Repubblica, 31-03-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Segundo ele, "a possibilidade de uma explicitação atômica da guerra não só nos faz sentir impotentes - acontece na eclosão de toda guerra convencional - mas coloca em risco nossa própria sobrevivência no planeta, como acontece em um verdadeiro delírio psicótico de "fim do mundo".

 

Eis o artigo.

 

Franco Fornari, um dos psicanalistas italianos mais respeitados e originais da segunda metade do século passado, definiu a guerra como uma “elaboração apenas paranoica do luto”. Enquanto o luto implica em profunda dor e desconforto relacionados à perda de um objeto amado – um ente querido, um ideal, um território, uma identidade - e o difícil e tortuoso trabalho de sua elaboração, a paranoia seria, ao contrário, uma forma de jogar sobre o estrangeiro ou o inimigo a responsabilidade por essa perda, negando sua existência.

 

A analogia, extraída dos estudos etnológicos, proposta por Fornari é exemplar: se acontece que morra repentinamente em uma tribo o filho do rei, em vez de elaborar esse luto atroz, prefere-se desencadear uma luta contra a tribo vizinha atribuindo ao seu xamã a responsabilidade daquela morte. Em vez do doloroso trabalho de luto, desencadeia-se a violência da guerra: a dor interna pela perda ocorrida se transfigura em uma pulsão agressiva dirigida para o exterior. Nesse sentido, a guerra assemelha-se a uma alucinação: se segue o "caminho mais curto" da violência, evitando o "mais longo" da palavra que implica o tortuoso caminho simbólico do luto.

 

Traduzido em temos mais atuais: ao "longo caminho" da diplomacia e da mediação prefere-se aquele curto de uma solução (guerra) que pretenderia abolir toda interlocução.

 

A lei da força substitui assim a da palavra. É justamente por isso que a democracia carrega em seu coração uma profunda experiência coletiva de luto. Qual? Não existe uma única língua, não existe um único povo, não existe uma única interpretação da verdade. Por outro lado, todos os regimes não democráticos são tendencialmente empurrados para a guerra porque, rejeitando o difícil trabalho do luto, perseguem uma realização da verdade que exclui forçosamente a divergência e o pluralismo impostos pela lei da palavra.

 

Para os regimes não democráticos, de fato, a existência do estrangeiro coincide com a do inimigo. A guerra tende a aniquilar a hostilidade do mundo exterior com o objetivo de padronizar a vida em um único mundo. O pensamento democrático de integração é substituído pelo pensamento autocrático da cisão; à arte da diplomacia e da mediação aquela do abuso e da violência bélica.

 

Não é isso que também está acontecendo nesta última guerra sangrenta? Em vez de proceder com a elaboração coletiva do luto pela perda da grande Rússia e de seus territórios devido à irrefreável atração dos povos em direção à liberdade e à democracia, após a dissolução do Pacto de Varsóvia, em vez de aceitar o luto necessário imposto pela democracia (já existe um único povo, uma única língua, uma única verdade), a miragem autocrática de Putin revela-se fatalmente nostálgica, ancorada na ideia de um Império separado do mundo que ele entende restaurar nas suas fundamentações.

 

Com a complicação adicional de que sua rejeição do luto não apenas provoca a agressão de um país (a Ucrânia) considerado como um próprio território injustamente perdido, mas evoca a ameaça do recurso à arma atômica. Aqui pode-se ver bem a raiz autodestrutiva do narcisismo humano sobre a qual a psicanálise sempre insistiu incisivamente: a extrema afirmação do próprio poder de controle - a bomba atômica - coincide com o extremo risco de perder todo o controle e de autoaniquilação.

 

Destrutividade e autodestrutividade estão, de fato, sempre ligadas como a frente e o verso de uma mesma folha de papel. Pode ser visto dramaticamente na bomba atômica: o imenso poder desse dispositivo de guerra, ao mesmo tempo em que atribui poder ilimitado a quem o possui, também o vincula a um destino fatal de autoaniquilação. O instrumento da destruição revela assim seu caráter plenamente autodestrutivo.

 

É a vocação profundamente suicida de todo narcisismo maligno: a afirmação ilimitada de si mesmos coincide com a própria autodestruição. Se Freud havia destacado como em toda guerra a morte sai do esquecimento semeando a angústia e revelando a nossa natureza mais vulnerável, na ameaça atômica não é apenas o espectro de nossa morte que é evocado, mas o fim do mundo como tal. Se aos olhos de Freud a Primeira Guerra Mundial tinha animado a mais radical angústia da castração, nessa difícil passagem histórica se promove uma angústia profundamente psicótica. A possibilidade de uma explicitação atômica da guerra não só nos faz sentir impotentes - acontece na eclosão de toda guerra convencional - mas coloca em risco nossa própria sobrevivência no planeta, como acontece em um verdadeiro delírio psicótico de "fim do mundo".

 

Leia mais

 

  • As incrustações dos nem nem. Artigo de Massimo Recalcati
  • Na mesa, os medos do czar. Artigo de Massimo Recalcati
  • A cegueira da guerra. Artigo de Massimo Recalcati
  • O ego ferido de narciso. Artigo de Massimo Recalcati
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  • Não aceitamos a derrota da diplomacia. Artigo de Donatella Di Cesare
  • A modernidade não triunfou e a democracia concretizou a ordem do egoísmo
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