Cada ser humano experimenta de forma diferenciada a dor morte. Perder o pai não é o mesmo que perder a mãe, um filho, uma filha ou um amigo (a). Tudo depende de como nos relacionamos com eles em vida. Em tempos de pandemia, milhões acrescentaram à morte e à dor o não poder dar adeus aos seus parentes e amigos.
O comentário é de Jacir de Freitas Faria, OFM, doutor em Teologia Bíblica pela FAJE-BH, mestre em Ciências Bíblicas (Exegese) pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, professor de exegese bíblica, membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB) e padre Franciscano. Autor de dez livros e coautor de quatorze, cujo último livro é O Medo do Inferno e a arte de bem morrer: da devoção apócrifa à Dormição de Maria às irmandades de Nossa Senhora da Boa Morte (Vozes, 2019).
Amor e morte são palavras sinônimas! Com o tempo, a dor se transforma em saudade eterna. Só o luto é que não pode ser eterno. A roda vida deve continuar até o seu destino reservado a todos os mortais.
A mãe será sempre o cordão umbilical que se rompe com a morte. Rompido, chega o vazio da orfandade. A morte de um filho é o mesmo que devolver para Deus o dom recebido, gerado no mesmo Amor que nos ajuda a vencer os sofrimentos da vida.
Guardo comigo a certeza de que um dia verei a Deus, quando então poderei contemplá-lo face a face numa felicidade eterna. A esperança apocalíptica se realizará: “Deus enxugará toda lágrima dos nossos olhos, pois a morte já não mais matará. Nada mais existirá, nem luto, nem choro, nem dor (Ap 21,4). “Bem-aventurados entre os mortos o que adormeceu no Senhor. Repousar de suas fadigas vai, quem por Deus viveu no labor” (Ap 14,13).
O grande desafio da vida é traçar laços de eternidade na finitude da vida terrena para encontrar a imortalidade da vida Eterna em Deus. Essa é a nossa fé! Esse é o sentido da vida e da morte!