"Os populismos podem nos privar da democracia ou enfraquecê-la!" Essa é a forte preocupação expressa pelo Cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), em Trieste, onde ocorreu a abertura da Semana Social dos Católicos Italianos, inaugurada por Sergio Mattarella e que terminará no domingo com um discurso do Papa. O presidente da CEI também fala de Satnam Singh - "um de nós" - denunciando que "sua história revela tantas hipocrisias zombeteiras". E ele lança uma série de apelos sobre o tema dos migrantes: "Eles pedem para serem considerados o que são: pessoas. Chega de mortes nas fronteiras", são necessárias "pontes", não "muros".

A reportagem é de Domenico Agasso, publicada por La Stampa, 04-07-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

O excesso de mortes "nos alerta a não aceitar as antigas e novas sementes de ódio e preconceito", enfatiza o cardeal. "Não queremos que as fronteiras sejam muros ou, pior, trincheiras, mas dobradiças e pontes! Esse é o testemunho daqueles que perderam suas vidas nas fronteiras".

O arcebispo de Bolonha cita a encíclica de Francisco "Fratelli tutti", que "oferece um horizonte concreto, possível, atraente e compartilhado. Um só povo. Portanto, olhamos com preocupação para o perigo dos populismos que, se não guardarmos a memória do passado, podem nos privar da democracia ou enfraquecê-la!". A participação, "o coração de nossa Constituição, permite e requer o florescimento humano dos indivíduos e da sociedade, aumenta o senso de pertencimento, educa para ter um coração que bate com os outros, mesmo entre as diferenças". E mais ainda, a exploração do trabalho, e a mais recente tragédia em ordem cronológica: "Satnam Singh sonhava com o futuro e trabalhava para alcançá-lo. Sentimos que é totalmente estranha para nós a desumanidade, a exploração da mão de obra que esquecem e humilham a pessoa que oferece a sua mão".

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