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A responsabilidade das religiões na crise da globalização. Artigo de Paolo Naso

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01 Dezembro 2022

"As religiões não são 'naturalmente' vias de paz; pelo contrário, a história europeia conta-nos o quanto elas tiveram generosamente e convictamente se dedicado à guerra. No entanto, sabemos que em certos momentos agiram pela paz e que dispõem de um soft power, um 'poder' que não se mede com tanques nem com dispositivos de dissuasão ou com a largura das fronteiras. É a força que deriva da sua autoridade moral, da sua coerência no apoio aos últimos, do fato de milhões de pessoas, talvez infringindo a lei, rezarem e louvarem a Deus, da sua capacidade de ver e anunciar um mundo e um futuro que outros nem conseguem imaginar", escreve Paolo Naso, sociólogo italiano da Comissão de Estudos da Federação das Igrejas Evangélicas na Itália e professor da Universidade de Roma “La Sapienza”, em artigo publicado por Esodo, 18-11-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Discute-se a crise da globalização. É uma tese que partilho e que nos deveria levar a repensar o grande processo econômico e político que tem caracterizado as últimas décadas. A delegação de poderes próprios dos Estados a organismos supranacionais de origem, a abertura de mercados, a superação de bloqueios militares marcaram um tempo que, idealmente, podemos fixar entre o nascimento das Nações Unidas e a crise dos mercados financeiros que atingiu seu ápice em 2008.

Nesse longo período, a globalização foi celebrada e até idolatrada como o processo que reduziria os conflitos, ampliaria as fronteiras e promoveria os direitos humanos.

Depois percebemos que as coisas eram diferentes e que, se as mercadorias eram livres para circular, isso produzia um terrível impacto ambiental que desarraigava plantações e culturas, que produzia poluição e gerava nova exploração. Quanto aos direitos, não só não eram globalizados como efetivamente eram adotadas medidas que limitavam a circulação de indivíduos e acabavam negando o direito à proteção até mesmo aos requerentes de asilo. Hoje a crise da globalização também se expressa em nacionalismos e soberanismos que celebram as identidades nacionais em contraposição às supranacionais; a especificidade étnica e religiosa em oposição à universalidade dos direitos e dos deveres; os interesses das pequenas pátrias em oposição aos mais gerais. Certo, portanto, assumir e denunciar a crise da globalização.

Essa crise manifesta-se com evidente dureza nas políticas migratórias dos Estados, incluídos aqueles da UE. Em outras ocasiões falamos dos corredores humanitários ativados por iniciativa das igrejas evangélicas e da Comunidade de Santo Egídio. Sem ênfase, devemos dizer que até hoje constituíram o exemplo mais racional e avançado de gestão migratória, isto é, de gestão legal dos fluxos migratórios. O paradoxo insustentável reside no fato de essa iniciativa não ter sido concebida nem implementada pelas instituições – nacionais ou supranacionais – mas sim pela sociedade civil e, mais especificamente, por duas comunidades de fé.

Hoje, na Europa e também nas declarações agressivas do novo governo Meloni, fala-se de "vias legais e seguras" para garantir migrações ordenadas e seguras. E o que mais foram os corredores humanitários? O paradoxo reside no fato de, até agora, continuarem a ser uma boa prática e ainda não uma política, uma boa iniciativa, mas ainda não uma medida permanente e estrutural da ação governamental da UE ou da Itália.

Os corredores foram uma grande aventura humanitária, que ao longo dos anos nos colocaram diante do nosso próximo nos campos de refugiados no Líbano, nos campos de concentração da Líbia; que nos fizeram conhecer garotas que desejam viver no Afeganistão; homens e mulheres em fuga que encontraram refúgio temporário no Paquistão, Grécia e Etiópia.

Hoje podemos reconhecer que essa foi também uma aventura da fé. Com o direito europeu numa mão e a Bíblia na outra, tentamos abrir vias seguras e legais para os refugiados que as leis internacionais e a consciência cristã nos impõem proteger e tutelar.

E assim aconteceu o milagre: diante das palavras vazias da política ou de propostas irracionais e imorais de muros ou bloqueios navais, os corredores humanitários constituíram uma ação concreta e eficaz que permitiu a milhares de pessoas recuperarem suas vidas. Nos últimos anos, tenho falado muitas vezes dos Corredores Humanitários referindo-me a passagens bíblicas: uma, obviamente, é aquela do samaritano que, caminhando pela estrada, vê um homem ferido e resolve socorrê-lo, apesar da indiferença geral, das regras religiosas e das convenções sociais.

A outra é a da ressurreição de Lázaro. Nestes anos encontramos milhares de vidas quebradas, vidas que se extinguiam no desespero, na tragédia da guerra ou na dor das perseguições. Os corredores humanitários reacenderam a vida em pessoas que estavam morrendo, devolveram fôlego, sangue e músculos a corpos extenuados. Nesse sentido, têm sido uma pregação ecumênica no espaço político europeu: nossa forma de dizer que as leis de imigração estão erradas e precisam ser mudadas. Uma pregação ecumênica, mas também uma ação leigamente política, voltada para a construção de lobbies, buscando consensos e apoios na Europa.

O outro tema que põe em evidência a crise da globalização é a guerra, esta guerra que se trava novamente na Europa. A globalização prometeu algo que não cumpriu: uma ordem internacional que, orientada para a supranacionalidade e visando o máximo desenvolvimento econômico, teria garantido a paz. Não foi assim e, novamente, estamos diante da mais clássica das guerras. É óbvio que, como cristãos, reagimos invocando a paz. Tudo parece mais complicado. Enquanto rezamos para que as armas se calem e nos mobilizamos para que isso aconteça o mais rápido possível, de fato, sentimos que também estamos diante de outro problema e outro desafio: a resistência ao mal. O mal de uma invasão militar ilegítima sob todos os pontos de vista; o mal da violência militar que não poupa nem crianças e civis; o mal de uma evolução do conflito que ainda hoje exclui a via da negociação e do compromisso diplomático.

Invocar a paz é justo e obrigatório, assim como orar pela paz e mobilizar-se pela paz.

No entanto, depois de meses de bombas caindo sobre as cidades martirizadas da Ucrânia, de Mariupol a Zaporizia, sentimos a urgência de uma intervenção, de uma decisão, de uma trégua que não chega. O mal da guerra parece destinado a continuar indefinidamente.

Mas o cristão não aceita o mal. Bonhoeffer não se resignava ao mal total e absoluto que viu crescer ao seu redor durante os anos do nazismo; Martin Luther King não se resignou com o mal racista que impregnava a sociedade e a própria comunidade cristã da qual era pastor; Desmond Tutu não se curvou ao mal do apartheid e de um sistema de normas que criava hierarquias sociais, econômicas e jurídicas baseadas na cor da pele. Cada um deles, à sua maneira, enfrentou o problema de combater o mal. E este é o desafio que temos diante de nós hoje. Tal como acontece com as migrações globais, a política parece não encontrar soluções. Também não vemos aquele "povo da paz" que no passado marchava compacto pelo desarmamento nuclear ou pela guerra no Iraque.

No tempo da pós-política - uso uma nova expressão que ganha força porque reflete um processo real - tudo é fragmentado e incerto, confuso, fluido, a única certeza é que amanhã haverá outro bombardeio.

Diante desse massacre de humanidade, até a voz dos cristãos é dividida. As divergências também atravessam a nossa comunidade de fé. É um escândalo, um dramático obstáculo à credibilidade da nossa fé. É por isso que é tempo de confissão de pecado e de oração.

Mas sabemos que podemos fazer, que devemos fazer ainda mais.

Eu me faço três perguntas.

Conseguimos dizer ecumenicamente, isto é, como cristãos de todas as tradições, que a guerra não pode ser abençoada? Que utilizar o nome de Deus para abençoar armas que matam e destroem é contra o desígnio de Deus? Este não é um pronunciamento político sobre a guerra, mas apenas uma cláusula espiritual que nos obriga a olhar para a guerra, sempre e em qualquer caso, como um mal, o pecado que carregamos como homens e mulheres.

Conseguimos dizer, unidos ecumenicamente, que a paz deve ser justa ou, simplesmente, não é paz?

A justiça vale quanto a paz. Como pedir ou mesmo impor uma paz a que não corresponda uma cota razoável da justiça? A proteção dos direitos fundamentais, o direito à autodeterminação de um povo, a segurança dentro das fronteiras. A história conheceu muitas pazes construídas com a força e a opressão. Não só duraram pouco como simplesmente transformaram o fragor das armas na violência dos aparatos de segurança e controle de uma ditadura. Paz é justiça. Justiça é paz.

Finalmente, conseguimos dizer juntos que o uso de armas nucleares não pode sequer ser contemplado entre as opções militares plausíveis? Isso certamente vale para a Rússia, mas também para os aliados da Ucrânia, para os Estados Unidos e para o campo ocidental no qual a Itália se reconhece. Diante do cenário nuclear, a referência à teoria da “guerra justa”, mesmo que seja travada “por uma causa justa”, segundo a antiga fórmula escolástica, perde todo sentido e lógica.

Não sei se o movimento ecumênico conseguirá encontrar unidade em torno dessas três grandes questões mas é sobre essas questões que, dentro de algumas décadas, será julgada e avaliada a sua credibilidade e coerência evangélica. As religiões não são "naturalmente" vias de paz; pelo contrário, a história europeia conta-nos o quanto elas tenham generosamente e convictamente se dedicado à guerra. No entanto, sabemos que em certos momentos agiram pela paz e que dispõem de um soft power, um “poder” que não se mede com tanques nem com dispositivos de dissuasão ou com a largura das fronteiras. É a força que deriva da sua autoridade moral, da sua coerência no apoio aos últimos, do fato de milhões de pessoas, talvez infringindo a lei, rezarem e louvarem a Deus, da sua capacidade de ver e anunciar um mundo e um futuro que outros nem conseguem imaginar.

Nos anos mais difíceis da guerra do Vietnã e pouco antes de sua morte, em um de seus sermões Martin Luther King usou a metáfora da "meia-noite da ordem moral", quando tudo parece dobrado, resignado, regido por lógicas cínicas e violentas. Mas é nesta meia-noite que se acende e se anuncia a esperança da fé cristã.

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