17 Outubro 2022
A fome no mundo aumentou no ano passado para 828 milhões de pessoas, 150 milhões a mais do que no início da pandemia. A guerra na Ucrânia e as mudanças climáticas também contribuíram para aumentar a pobreza extrema no planeta, e uma em cada 10 pessoas está nessa situação agora.
Antes da comemoração, no domingo, do Dia Mundial da Alimentação, e na segunda-feira do Dia da Erradicação da Pobreza, a partir das Missões Salesianas continuamos comprometidos com a educação de qualidade para transformar o futuro dos menores e jovens mais desfavorecidos, acompanhando-os e também ajudando suas famílias.
A reportagem é publicada por Misiones Salesianas, 14-10-2022.
Runy, Oleg, Marlene, Yazmín, Nirek… são menores que vivem em diferentes partes do mundo e que viveram a pobreza e a fome nos últimos meses. “A pandemia impediu meus pais de trabalhar e tivemos que sobreviver com o que os missionários salesianos nos forneceram”, lembra Marlene, do Peru. Yazmín, da Guatemala, explica que "uma tempestade tropical nos deixou desabrigados e perdemos tudo". A guerra na Ucrânia manteve Oleg longe da escola e de seus amigos; ele teve que fugir com sua mãe e irmãozinho para a Polônia. Enquanto isso, Nirek só come uma vez por dia na maioria dos dias, e o faz na escola salesiana que frequenta em Chennai (Índia)…
Suas histórias são apenas alguns exemplos que revelam a desigualdade e a sobrevivência que milhões de pessoas ao redor do mundo enfrentam diariamente.
A fome aumentou para 828 milhões de pessoas. Quase 50 milhões a mais do que em 2020 e mais 150 milhões desde o início da pandemia global de coronavírus. A estes números devemos acrescentar que cerca de 2.200 milhões de pessoas não têm acesso a serviços de água potável; 4.200 milhões não contam com serviços de saneamento seguros; 3 bilhões não têm instalações básicas para lavar as mãos e 1,3 bilhão de pessoas vivem com menos de 1 euro por dia.
As mudanças climáticas também contribuem para o aumento da pobreza e da fome. A seca no Chifre da África é a pior já registrada em 70 anos. Mantém 80 milhões de pessoas à beira da fome, e só no Quênia, Somália e Etiópia há 7 milhões de crianças sofrendo de desnutrição aguda.
A pandemia contribuiu decisivamente para agravar a situação dos grupos mais desfavorecidos e agravou as desigualdades. Pela primeira vez em 20 anos, a pobreza extrema aumentou. Previsões sombrias afirmam que 670 milhões de pessoas ainda estarão sem uma boa alimentação no final da década. Essa situação nos afasta da meta de fome zero estabelecida pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Antes da comemoração, no domingo, do Dia Mundial da Alimentação, e na segunda-feira, do Dia da Erradicação da Pobreza, nós, das Missões Salesianas, estamos convencidos de que a educação é a chave para transformar a vida das crianças e jovens mais desfavorecidos e romper com o ciclo vicioso da pobreza. Frequentar a escola lhes permitirá adquirir bons hábitos de higiene, conhecer seus direitos, receber uma alimentação saudável, aspirar a realizar seus sonhos profissionais e contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades.
Mais de 1,2 milhão de menores e jovens que frequentam escolas salesianas, centros juvenis e centros de formação profissional em 134 países sabem que é possível sair da pobreza e tornar-se protagonistas de seu futuro graças ao Sistema Preventivo e a uma educação de qualidade.
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Fome, ponta do iceberg da desigualdade e da pobreza no mundo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU