18 Agosto 2021
Desde o sábado passado, quando um terremoto de magnitude 7.2 na escala Richter semeou o caos, a morte e a destruição no Haiti, a ONG Manos Unidas está acompanhando com enorme preocupação, através das comunicações constantes com seus sócios locais na região Sul do país, a sequência dos acontecimentos.
A reportagem é de Manos Unidas, publicada por Religión Digital, 17-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Apesar de o terremoto ser de maior magnitude que o de janeiro de 2010, espera-se que os danos sejam inferiores, porque a região Sul é uma zona menos povoada e, consequentemente, com menos edificações que possam cair”, explica Lucas Bolado, coordenador de projetos da Manos Unidas no Haiti. “De qualquer maneira, infelizmente, fala-se de mais de 1200 pessoas mortas em uma catástrofe que poderia ter sido muito mais danosa se estivessem abertas as escolas e alguns negócios que não tem atividade aos sábados”, acrescenta Bolado.
Mapa do Haiti (Foto: Guia Geográfico Haiti)
“No caso da Cáritas, informam-nos que o edifício do bispado caiu e que o cardeal Chibly, bispo de Les Cayes, e outras pessoas que se encontravam no interior, estão feridas, e também as irmãs salesianas parecem que sofreram graves perdas em Les Cayes. Os outros nossos sócios locais no país estão bem, porém, é claro, preocupados com o impacto no sul e no resto do país”, relata o coordenador de projetos da Manos Unidas no Haiti.
Desde o início, Manos Unidas contatou com diversos sócios locais, especialmente os que estão na zona onde se produziu o terremoto. Todos relatam danos importantes e falam de catástrofe, porém não tem muitas perdas pessoais.
A Manos Unidas conhece bem a zona na qual ocorreu o sismo porque esteve trabalhando nela por causa do furacão Matthew, em 2016.
Também outros dos sócios locais que a ONG da Igreja Católica tem em Porto Príncipe, que está a 3 ou 4 horas de distância, poderiam intervir um pouco mais adiante dependendo da logística e das necessidades.
“Nós sempre trabalhamos diretamente com nossos sócios locais e ainda mais em um país como o Haiti, onde recentemente assassinaram o presidente, e onde o governo passa 24 meses amarrado em qualquer crise”, explica o coordenador de projetos da Manos Unidas no Haiti.
Em 2010, Manos Unidas, que está há 30 anos trabalhando no Haiti, pôs em marcha projetos de emergência também devido a um abalo sísmico e manteve seu compromisso de décadas com o país, focando o apoio nos setores produtivos, educativos e sanitários. “Ademais, estivemos presentes para socorrer a população depois de catástrofes como a ocasionada pelo furacão Matthew, em outubro de 2016”, assegura Bolado.
Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019, Manos Unidas havia aprovado no Haiti 157 projetos com um aporte de 12,7 milhões de euros. Destes, 46 projetos com aportes de 4,1 milhões de euros foram destinados à emergência do terremoto de janeiro de 2010.
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E o Haiti voltou a tremer - Instituto Humanitas Unisinos - IHU