13 Abril 2021
Amsi, Umem e Uniti per Unire; a campanha de vacinação é muito lenta, 87% dos 700 milhões de doses vão para países de renda alta e média e apenas 0,2% para países pobres - portanto, adia-se a imunidade de rebanho mundial para 2023.
A reportagem é publicada por Associação de Médicos de Origem Estrangeira na Itália – AMSI, 10-04-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) no início do ano havia definido duas metas para 10 de abril, ambas não atingidas. A primeira era iniciar a campanha de vacinação contra o coronavírus em 220 países ao redor do mundo. Infelizmente, a meta não foi alcançada porque em 14 países não há nem sombra de vacinas, como admitiu o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus: “Alguns países não solicitaram vacinas, outros ainda não estão prontos e outros ainda estão planejando começar nas próximas semanas ou talvez meses”. A situação atual de vacinação registra, assim, 194 países que enviaram pedidos e outros 12 que o farão em breve.
A segunda meta não atingida é o fracasso na distribuição de 100 milhões de doses, conforme previsto pelo programa Covax. Covax é o projeto da OMS, Nações Unidas e Aliança para as Vacinas (GAVI) para garantir vacinas para países em desenvolvimento. A meta era 2 bilhões de doses no mundo, 80% delas em países com grandes dificuldades econômicas. Destes, quase 40 milhões são doses da AstraZeneca. Mas os atrasos em todo o mundo são evidentes.
“Infelizmente existem dois fatores muito graves que não ajudam a alcançar a imunidade de rebanho mundial; a campanha de vacinação é muito lenta na Europa e no mundo, a porcentagem de pessoas que recusam a vacina está aumentando e, em particular, aquela da AstraZeneca depois de tudo aquilo que aconteceu nas últimas semanas em que nem a EMA nem a OMS conseguiram tranquilizar a população mundial ou coordenar a comunicação e informação sobre o assunto. Existem percentagens muito elevadas nos países árabes e africanos, que variam entre 45-55% da população que têm medo de vacinas em geral, e da AstraZeneca, em particular.
A OMS falhou em sua missão Coronavírus nos seguintes pontos: não ser uma organização mundial independente do ponto de vista político e econômico, não ser ponto de referência para todos na saúde mundial, na coordenação das recomendações à população e aos profissionais de saúde desde o início da pandemia, além de não ter sido capaz de garantir a igualdade na distribuição das vacinas a todos os países.
Não basta a OMS sempre intervir depois para comentar o que aconteceu, sempre culpando os outros; não dá para sair do túnel sem que todos assumam a própria responsabilidade, explicar por que não foi orientado e permitido aos médicos executar autópsias com segurança para intensificar as pesquisas sobre o coronavírus e as causas de morte de pacientes infectados e esclarecer o papel da trombose como causa de morte. Além disso, a disseminação de protocolos de tratamento e terapia tanto em casa quanto no hospital foi muito negligenciada desde o início.
Assim declara Foad Aodi, presidente da Amsi (associação de médicos de origem estrangeira na Itália), Umem (União médica euromediterrânica) e membro do Registro de especialistas da Fnomceo, que pede urgentemente aos países ricos para reanimar a OMS e tirá-la da confusão e dos atrasos permanentes (de "coma") para acelerar a campanha de vacinação e combater a propagação do Coronavírus e suas variantes com uma coordenação global e internacional e sem ações (Vacinas faça-você-mesmo), (Tratamentos faça-você-mesmo), (Informações científicas faça-você-mesmo).
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Vacinas, Foad Aodi: fracasso da OMS e do programa Covax, um desequilíbrio gravíssimo e perigoso entre ricos e pobres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU