17 Novembro 2020
"É fato que o mundo que está surgindo após a pandemia tem aspectos completamente distintos de tudo aquilo que estávamos vivendo, mas que agora precisamos repensar, no sentido de termos uma sociedade mais sustentável, equilibrada e em harmonia com a natureza, de onde todos nós fazemos parte", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.
Terminadas as eleições municipais de 2020 temos agora um novo panorama no país. A ideia de que iria prevalecer o favoritismo do presidente resultou em um tremendo fracasso, mas também a projeção do partido derrotado nas últimas eleições presidenciais, amargou uma grande destruição, conforme está revelado neste momento.
Nem radicais da extrema direita, nem também da esquerda, mas cresceu significativamente o principal partido de centro direita e já apareceu igualmente um partido de esquerda, bastante radical elegendo alguns vereadores, Brasil afora.
O fato é que as questões locais, diríamos mesmo com Bruno Latour questões terrestres ocupam agora um novo lugar no poder. Sim teremos que estar atentos pois que a globalização deixou para trás todos os aspectos que dizem respeito ao local em que habitamos e a volta de um pensamento terrestre, isto é, que possa preservar o planeta é hoje essencial para a nossa sobrevivência.
É fato que o mundo que está surgindo após a pandemia tem aspectos completamente distintos de tudo aquilo que estávamos vivendo, mas que agora precisamos repensar, no sentido de termos uma sociedade mais sustentável, equilibrada e em harmonia com a natureza, de onde todos nós fazemos parte.
Latour insiste nesses aspectos terrestres afirmando claramente que as mudanças climáticas que estamos observando são muito sérias e com grandes riscos para toda a humanidade.
Portanto a volta ao local, às questões pertinentes ao nosso viver é absolutamente essencial neste momento para toda a humanidade. Na medida em que tivermos a consciência clara de que nosso planeta precisa ser protegido por todos nós que teremos a necessidade de criarmos novas formas de produção de riqueza que não gerem destruições da terra, conforme estamos assistindo e imensas desigualdades sociais que acabam também gerando a destruição da sociedade.
Esse novo pensar exige, obrigatoriamente, uma nova forma de viver em sociedade rediscutindo conceitos práticos de sustentabilidade de maneira a termos as garantias de uma sociedade muito melhor para todos e não mais para alguns privilegiados.
Claro está que essa é uma tarefa árdua, mas que precisa ser travada, enquanto há tempo para isso. Mais a frente e estaremos fora dessa perspectiva por falta do tempo onde tudo já estará consumado e a destruição de direitos sociais que estão em marcha é um sintoma muito claro de que necessitamos discutir as questões terrestres o mais rapidamente possível. Que isso possa se realizar com essas retomadas dos poderes locais em detrimento de uma visão globalista extremamente negativa.
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O que vem das urnas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU