14 Novembro 2020
"A eleição de Joe Biden significa muito, no sentido de superação de uma prática de poder, completamente ineficiente e totalmente superada de descrença dos valores democráticos", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.
A batalha foi intensa e, tudo indica, que ainda não terminou. No entanto Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos, mesmo não tendo, até o presente momento, sido reconhecido pelo derrotado presidente Donald Trump. Pior do que isso Trump está totalmente enrolado em pedidos, sem qualquer prova, de fraude eleitoral que não são aceitos pelos juízes estaduais, exatamente porque não estão devidamente embasados e documentados.
Mas a eleição de Joe Biden significa muito, no sentido de superação de uma prática de poder, completamente ineficiente e totalmente superada de descrença dos valores democráticos, tanto quanto também da própria sociedade, haja visto como foi tratada a questão da pandemia do coronavírus nos Estados Unidos com o maior número de óbitos no mundo.
Quem poderia trazer grandes mudanças na sociedade norte americana era Bernie Sanders que, mais uma vez foi preterido na convenção do Partido Democrata. Esse fato já tinha ocorrido anteriormente com a indicação de Hillary Clinton que acabou sendo derrotada na campanha presidencial.
Joe Biden é o segundo presidente católico, sendo o primeiro John Kennedy na década de 60, do século passado. Mas Biden é também o presidente mais velho ao tomar posse com seus 78 anos de idade. Pessoalmente passou por grandes problemas perdendo a esposa e uma filha quando se candidatou pela primeira vez ao senado. Casou-se novamente teve mais uma filha, mas recentemente, perdeu um filho vitimado por câncer cerebral. São baques pessoais de grande sofrimento.
Quando do governo de Bush Junior, do Partido Republicano, apoiou fortemente a invasão do Iraque conseguindo assim a aprovação do senado.
Mas Joe Biden terá uma missão bem complexa pela frente. As relações Estados Unidos/China, foco de grande preocupação para todo o mundo globalizado, deverão ser estudadas com grande cautela.
A questão climática deverá ser outra questão que terá uma modificação muito forte, provavelmente com a participação dos Estados Unidos no Acordo do Clima de Paris.
O foco maior de sua política será a manutenção da hegemonia dos Estados Unidos e, por conta disso a necessidade de conversações com a Rússia e, principalmente com a China É muito provável que dessas questões comece a ser construído um novo mundo de multipolaridade, onde alguns estados deterão, em conjunto a hegemonia global.
Na política interna, desde o seu discurso da vitória, Biden coloca a necessidade da unidade superando divergências que existem e são sumamente perigosas afinal, como ele mesmo diz, ele agora é o presidente de todos os norte americanos e não apenas dos que votaram nele.
O mundo, em compasso de espera, aguarda as possíveis transformações que possam ocorrer, absolutamente necessárias para a melhor convivência entre desiguais.
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Habemus presidente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU