02 Julho 2020
O primeiro SOS Alarm Phone foi emitido na terça-feira de manhã por volta das 9: “Há 47 pessoas à deriva depois de fugir da Líbia. Estão nas águas europeias, as autoridades competentes foram informadas. É preciso ajuda imediata”. O barco de madeira estava na zona Sar de Malta, mas muito perto da costa de Lampedusa, a ajuda imediata não foi enviada. Os voluntários foram forçados a lançar um novo alerta: “As autoridades de Malta e da Itália estão recusando de novo suas responsabilidades de busca e resgate. Rcc Malta nem atende o telefone. As 47 pessoas estão no mar há 4 ou 5 dias sem água ou comida. Isso está acontecendo a apenas 40 milhas de Lampedusa”. Na área estava o navio Mar Jonio, o navio da Mediterranea saving humans: “Estamos longe demais para intervir a tempo. Pedimos ajuda aos Centros de Coordenação de La Valletta e Roma”.
A reportagem é de Adriana Pollice, publicada por Il Manifesto, 01-07-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Por volta das 15 h, a situação se torna mais grave: “Segundo relatos das pessoas a bordo – transmite o Alarm Phone - 7 estão desmaiados, o motor não funciona. Negar socorro significa deixá-los afundar e se afogar. O sol está forte demais e eles não têm água, estão cada vez mais fracos e nem conseguem nem mesmo falar”. Eles não eram os únicos em risco de naufrágio ontem no Mediterrâneo central: "Outros quatro barcos em dificuldade foram vistos pelo avião Sea Bird", informou a ONG Sea Watch no final da tarde. Dois estão na área Sar de Malta, outros dois na área Sar italiana. Um deles está prestes a ser resgatado pela guarda costeira italiana”.
Por volta das 19h30, finalmente, a salvação, o Ocean Viking, navio da ONG francesa Sos Méditerranée, foi resgatar os 47: "Eles foram abandonados por 11 horas - explicou Beppe Caccia da Mediterranea -. Ao longo do dia, um avião de Malta e um helicóptero da guarda costeira italiana sobrevoaram, mas apenas observaram. Havia também um barco de patrulha maltês na área, mas nenhum resgate foi iniciado. Felizmente a ONG estava perto". O Ocean Viking estava em espera entre Valletta e a Sicília desde domingo de manhã, nenhum porto seguro designado, apesar de dois pedidos feitos. A bordo, antes dos 47, havia 118 náufragos resgatados em 25 de junho, um deles desembarcou na noite de segunda-feira devido a condições difíceis.
O Mar Jonio, por outro lado, ontem estava a caminho de Augusta com 43 pessoas a bordo salvas na segunda-feira a 40 milhas ao norte de Zuara. A entrada no porto estava prevista para a manhã desta quarta-feira: “Eles estavam em um barco de fibra de vidro cheio de água e sobrecarregado, correndo o risco de afundar. Estavam desidratados, sofriam de insolação e espasmos musculares. Alguns tinham queimaduras de água salgada e gasolina". No grupo duas mulheres e 17 menores. "Pedimos veementemente - o comentário de Mediterranea - que seja sinalizado um acompanhamento também para Sos Méditerranée, que assumiu o resgate dos naufrágios quando as autoridades europeias ficaram paradas apenas olhando".
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À deriva há cinco dias, refugiados fogem da Líbia. 47 salvos pelo navio Ocean Viking - Instituto Humanitas Unisinos - IHU