Trump acusa Xi de "conspirar contra os EUA" com Putin e Kim Jong Un no final do desfile da Segunda Guerra Mundial em Pequim

Foto: Molly Riley/Casa Branca

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03 Setembro 2025

O presidente americano censura Pequim por esquecer "o enorme apoio e o sangue dos Estados Unidos" à China "diante de um invasor estrangeiro muito hostil", referindo-se ao Japão, com quem os EUA lutaram após o ataque a Pearl Harbor.

A reportagem é de Andrés Gil, publicada por El Diario, 03-09-2025.

Donald Trump não gostou das festividades na China em comemoração ao fim da Segunda Guerra Mundial, 80 anos atrás, durante as quais Xi Jinping se afirmou como uma potência global. O presidente americano postou nas redes sociais: "A grande questão que precisa ser respondida é se o presidente chinês Xi mencionará ou não o enorme apoio e o 'sangue' que os Estados Unidos da América deram à China para ajudar a garantir sua LIBERDADE de um invasor estrangeiro muito hostil".

“Muitos americanos morreram na luta da China pela vitória e glória”, disse Trump, referindo-se às hostilidades dos EUA contra o Japão, que invadiu a China em 1931, após o ataque a Pearl Harbor dez anos depois, em 1941. “Espero que sejam homenageados e lembrados como merecem por sua coragem e sacrifício”, continuou Trump. “Que o presidente Xi e o maravilhoso povo da China tenham um grande e duradouro dia de celebração. Por favor, transmitam meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”.

O encontro acontece duas semanas depois de Trump se encontrar com Putin no Alasca, em uma cúpula que não conseguiu abrir caminho para o fim da guerra na Ucrânia, que eclodiu após a invasão russa em fevereiro de 2022.

O desfile militar com o qual a China comemorou o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico terminou na quarta-feira, após uma hora e meia de exibição de tropas, armas e formações aéreas na Praça da Paz Celestial, no centro de Pequim, informa a Efe.

O presidente chinês, Xi Jinping, presidiu a cerimônia, acompanhado no pódio pelo presidente russo, Vladimir Putin, e pelo presidente norte-coreano, Kim Jong-un, os principais convidados de uma cerimônia que contou com a presença de cerca de trinta líderes estrangeiros.

Durante o evento, Xi proclamou que o povo chinês havia feito uma “grande contribuição para salvar a civilização humana e salvaguardar a paz mundial” e alertou que a humanidade está mais uma vez diante da escolha entre “paz ou guerra, diálogo ou confronto”.

O desfile incluiu quase 45 formações de unidades veteranas e modernas do Exército de Libertação Popular, bem como a inauguração de novos mísseis e drones, dando a Xi a chance de mostrar seus avanços militares em um momento de tensões elevadas com os EUA e Taiwan.

Kim, com sua filha

O líder norte-coreano viajou para a capital chinesa acompanhado da filha, segundo fotos divulgadas pela agência de notícias estatal KCNA, que é especulada como sua sucessora.

O trem de Kim Jong-un chegou a Pequim na terça-feira para participar do desfile militar que marca o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

Acredita-se que a jovem, cuja idade e nome não foram revelados oficialmente, se chame Kim Ju-ae e estava ao lado do pai em uma recepção oficial realizada pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na capital chinesa, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, informa a Efe.

A presença da filha do líder norte-coreano em eventos públicos tem aumentado, levando o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul a acreditar que ela pode ser sua sucessora, embora não tenha descartado outras possibilidades.

Em 2023, a jovem esteve com o pai e a mãe, Ri Sol-ju, no pódio de um desfile militar que marcou o aniversário da criação do exército do país. Além dos soldados, mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) e armas nucleares táticas estavam em exibição.

Ela também apareceu na mídia estatal pela primeira vez em 19 de novembro de 2022, quando acompanhou o pai para testemunhar um teste de míssil balístico intercontinental (ICBM). Especialistas da inteligência sul-coreana sugeriram na época que ela poderia ser a filha do meio de Kim.

Seul acredita que Kim e sua esposa tiveram três filhos por volta de 2010, 2013 e 2017.

Após uma de suas visitas à Coreia do Norte para se encontrar com Kim Jong-un, o ex-jogador de basquete americano Dennis Rodman declarou publicamente em 2013 que segurava “sua filha Ju-ae”, um bebê na época, em seus braços.

Xi, Putin e Modi

A mensagem de Trump também veio logo após China, Rússia e Índia mostrarem a crescente proximidade dos laços entre as três potências no domingo e na segunda-feira, durante a 25ª cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), um fórum regional para cooperação econômica e de segurança.

O encontro demonstrou a crescente cordialidade entre China e Índia, rivais regionais históricos que deixaram de lado suas disputas territoriais — desacordos sobre demarcação de fronteiras levam a escaramuças recorrentes no Himalaia — e questões econômicas para demonstrar sua solidariedade com a principal potência militar.

A atual reaproximação coincide com a decisão do governo Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações indianas em retaliação às suas compras de petróleo bruto russo, uma medida que levou a Índia a explorar uma maior cooperação regional.

Em seu discurso de domingo, Xi argumentou que China e Índia deveriam ser "parceiras, não rivais", enquanto Modi afirmou que a cooperação bilateral pode fazer do século XXI "o século da Ásia". O líder chinês enfatizou que ambos os países são "duas grandes civilizações orientais" e os Estados mais populosos do planeta e, portanto, devem assumir conjuntamente uma "responsabilidade histórica" ​​na defesa do multilateralismo e da justiça internacional.

Modi, por sua vez, enfatizou que Índia e China defendem autonomia estratégica e uma política externa independente, com relações que não devem ser influenciadas por terceiros.

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