A IA coloca a democracia em xeque em 2024

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19 Janeiro 2024

Se a eleição presidencial na Argentina eletrizou a arena política nas Américas em 2023, o ano de 2024 promete ser muito mais emocionante: sete países, entre eles os Estados Unidos, El Salvador, Panamá, República Dominicana, México, Uruguai e Venezuela escolherão seus presidentes, e quatro países (Costa Rica, Peru, Brasil e Chile) terão eleições municipais.

A reportagem é de Carlos Gutiérrez, publicada por Connectas, 17-01-2024.

O presidente Nayib Bukele buscará a reeleição em El Salvador, em pleito agendado para 4 de fevereiro. Embora a figura da reeleição não esteja prevista na constituição do país, a Suprema Corte de Justiça e o Congresso permitiram a Bukele uma licença de seis meses para dedicar-se à campanha eleitoral. 

No dia 19 de fevereiro, a cidadania da República Dominicana depositará o voto em urnas. O presidente Luis Abinader, pelo Partido Revolucionário Moderno, buscará a reeleição na disputa com outros oito candidatos. Ele aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto. ‌No Panamá, as eleições estão marcadas para 5 de maio. O empresário e ex-presidente direitista Ricardo Martinelli aparece como candidato mais forte, embora esteja respondendo processo por lavagem de dinheiro. Outros candidatos são o atual vice-presidente, Gabriel Carrizo, e o ex-presidente Martín Torrijos. ‌Duas mulheres despontam na disputa à presidência do MéxicoClaudia Sheinbaum, com 43,7% das intenções de voto, e Xochitl Galvez, com 33,6%, num universo de 22,7% de indecisos – que terá eleições em 2 de junho. No Uruguai, a Frente Ampla espera retornar ao poder depois das eleições de 27 de outubro. Na Venezuela, o calendário eleitoral ainda está em aberto.

‌Eleitores e eleitoras desses países terão o mesmo quadro pela frente: a polarização, o uso manipulador da IA nas campanhas. Sem dúvida, avaliou o consultor em tecnopolítica e comunicação Ramón Sanchez para o repórter de Connectas, os países estão “perdendo a batalha contra as ferramentas de inteligência artificial que estão sendo utilizadas para desinformar”.

Sanchez explicou que eleições envolvem emoções. “As pessoas votam por emoção” e nesse terreno a IA é fundamental. Vencem aqueles candidatos que entenderem como o mundo mudou em termos tecnológicos e sejam capazes de definir estratégias que emocionem o eleitorado.

‌E, neste processo, a ética e a verdade ficam muitas vezes de lado. Não é fácil identificar as distorções que a IA possibilitam. A doutora em Direito da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), Amada María Arley Orduña, explicou que por enquanto não existe, por exemplo, uma ferramenta que permita distinguir a voz humana real de uma voz clonada.

Como a tecnologia afetará o processo democrático é uma resposta que eleições previstas para 2024 em 70 países do mundo talvez poderá dar.

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