• O Documento Síntese é de fundamental importância para que o processo continue e o faça com sentimento de pertencimento por parte de toda a Igreja;
  
  
• A sinodalidade não pode continuar a ser uma forma de agir, deve ser assumida como a forma de ser da Igreja;
  
  
• Numa Igreja sinodal o poder deriva do sacramento do Batismo e não do Sacramento da Ordem, ninguém deve pensar que tem mais poder, embora este pecado seja muito comum, pelo facto de ser ministro ordenado;
  
  
• Permanecer no método, no agir, não determinará o ser, o fundamento da Igreja, e isso é algo que não se pode perder de vista se quisermos ter uma perspectiva de médio e longo prazo.

O artigo é de Luis Modino, padre espanhol e missionário Fidei Donum.

Eis o artigo.

A Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade, cujo principal objetivo é trazer de volta o Concílio Vaticano II, prepara-se para enfrentar a última semana. As tardes de sábado e domingo são dias sem trabalho na Sala do Sínodo, mas isso não significa que tudo pare. Às vezes, grandes decisões são tomadas nos bastidores.

Significado do Documento de Síntese

À espera de uma semana que deve ser decisiva, portanto, embora se pretenda negar o seu significado, o Documento Síntese é de fundamental importância para que o processo continue e o faça com sentimento de pertencimento por parte de toda a Igreja. enfrentando sete dias, nem todos trabalham na Sala Paulo VI, o que significará que o Sínodo da Sinodalidade pode ou não ser visto como um instrumento de reforma na Igreja.

Círculo Menor de Língua Portuguesa

Ao trazer de volta o Concílio Vaticano II, como combinar os capítulos 2 e 3 da Lumen Gentium, a relação entre o povo de Deus e a hierarquia, ponto chave se quisermos falar de uma Igreja sinodal, é de fundamental importância. Em alguns continentes, especialmente na América Latina, foi possível fundir mais facilmente este caminho entre a hierarquia e o povo de Deus. Outras igrejas parecem estar a caminho, há algumas que gostariam de chegar lá e estão tentando, e há aquelas que dizem abertamente que não querem trilhar esse caminho.

Modo de ser e não apenas agir

E o fato é que, naquela Igreja, a sinodalidade não pode continuar a ser uma forma de agir, deve ser assumida como a forma de ser da Igreja. E é aí que entra em jogo a questão da autoridade, que muitos entendem como poder. O medo é perder poder, pois isso significaria perder uma autoridade que deveria estar baseada no Evangelho e nas atitudes evangélicas, e não no lugar que ocupa no ranking.

Não podemos esquecer que numa Igreja sinodal o poder deriva do sacramento do Batismo e não do Sacramento da Ordem, ninguém deve pensar que tem mais poder, embora este pecado seja demasiado comum, pelo fato de ser ministro ordenado. Mas é algo que se vive e sofre em todos os níveis da Igreja, desde o conselho pastoral de uma comunidade ou de uma paróquia até instâncias mais amplas, onde a importância das decisões tem maior alcance. E no final, há muitas pessoas que se cansam dessa forma de ser Igreja e acabam indo viver a sua fé nas catacumbas.

Fornecer instrumentos para um debate aberto

Abordar estas questões deve ser uma preocupação para uma Assembleia Sinodal que confiou a elaboração deste Documento Sinodal a uma comissão, mas que será votado e aprovado por aqueles que são membros da Assembleia Sinodal. São temas que devem figurar no Documento Síntese, temas teológicos, baseados na Tradição e no Magistério da Igreja, para que nos diferentes níveis da Igreja possam ser discutidos abertamente entre as duas sessões da Assembleia Sinodal, se forem … quer alimentar o processo.

O processo de escuta sinodal abriu muitas expectativas, muitas pessoas se sentiram um pouco mais importantes na Igreja, deixaram de ser tratadas como crianças que não podem falar, só têm que obedecer. Permanecer no método, no agir, não determinará o ser, o fundamento da Igreja, e isso é algo que não se pode perder de vista se quisermos ter uma perspectiva de médio e longo prazo, se quisermos pensar como ser Igreja quando em Em muitos lugares não somos maioria, se quisermos dar respostas a muitos, especialmente mulheres e jovens, que hoje não o encontram na forma atual de ser Igreja. Não vamos perder a oportunidade mais uma vez...

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