07 Março 2022
Após dois anos do início da pandemia, por meio de um comunicado, a ONG Oxfam Intermón declarou que embora o impacto da covid-19 tenha sido “devastador” em países europeus, os países mais pobres do mundo foram os mais afetados, sofrendo os efeitos de maneira “desproporcional”.
A reportagem é publicada por Naiz, 03-03-2022. A tradução é do Cepat.
No relatório, ressaltam que em muitos desses países pobres um grande número de mortes ficou sem ser registrada por falta de testes diagnósticos e informações. Portanto, são 19,6 milhões de pessoas que morreram por causa da pandemia, três vezes o número oficial, segundo os parâmetros da Oxfam Intermón.
Sendo assim, a ONG estima que para cada morte em um país de renda alta, outras quatro pessoas morreram em um país de renda baixa ou média-baixa, pois o índice de falecimentos nesses países é 31% mais alto do que naqueles de renda alta.
Nesse sentido, destacou que “houve três milhões de mortes por covid-19 nos três meses seguintes ao surgimento da variante ômicron. Esse número desfaz a ideia de que a pandemia está chegando ao fim por ser a ômicron mais leve, já que tal variante, que é mais contagiosa, causa estragos nas populações não vacinadas”.
Além disso, a Oxfam apontou que 99% da humanidade está pior devido à pandemia. Cerca de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza e 137 milhões perderam seus trabalhos.
40 novos multimilionários
Segundo o relatório da ONG, a cada 26 horas surge um novo multimilionário e, entre esses, “40 devem sua fortuna à covid-19, já que obtiveram lucros de milhares de milhões graças às vacinas, tratamentos, testes e equipamentos de proteção individual (EPI)”.
Por isso, destacou que durante a pandemia os 10 homens mais ricos do mundo duplicaram suas fortunas, que aumentaram a um ritmo de 1,3 bilhão de dólares estadunidenses por dia, ou 15.000 dólares por segundo.
“Após dois anos, todos nós desejamos que a pandemia termine, mas a classe política dos países ricos está se aproveitando do cansaço geral para ignorar o impacto devastador da covid-19, que continua hoje”, alertou o responsável pela Cooperação Internacional da Oxfam Intermón, Ignacio Martínez.
“Os países ricos fracassaram na mobilização mundial das vacinas devido ao seu nacionalismo, ganância e interesse próprio. A sugestão de que estamos entrando em uma era pós-covid ignora a persistência das mortes, principalmente em países de baixa renda, que poderiam ser evitadas com as vacinas”, acrescentou.
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O número de mortes por covid-19 é quatro vezes maior nos países pobres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU