08 Julho 2014
Uma vigília foi realizada do lado de fora de uma loja da Hobby Lobby na cidade de Oklahoma para marcar oposição à decisão da Suprema Corte americana de que algumas empresas como a aqui citada podem evitar a exigência de garantir meios anticoncepcionais presentes na reforma do sistema de saúde do presidente Obama, caso tenham objeções religiosas.
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada pelo jornal The Boston Globe, 06-07-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Na semana passada, a grande história envolvendo religião nos EUA foi a decisão da Suprema Corte relativa ao caso Hobby Lobby, que derrubou a emenda sobre contracepção presente na Lei de Proteção do Paciente e Cuidado Acessível para algumas empresas de capital fechado.
Como era previsível, os bispos católicos americanos aplaudiram a decisão ao mesmo tempo em que expressaram esperanças de que tal decisão irá se estender a entidades sem fins lucrativos, tais como a Universidade de Notre Dame e as Irmãzinhas dos Pobres, que também têm disputas jurídicas pendentes.
Independentemente de onde se olha a questão sobre os méritos de se exigir dos empregados que eles cubram os custos sobre o controle da natalidade, parece que este é um bom momento para a Casa Branca encontrar uma solução política sem pôr todos em litígio, que, agora, parecem terrivelmente redundantes.
Entre os muitos grupos religiosos, a decisão de segunda-feira está sendo celebrada como uma grande vitória para a liberdade religiosa. E proteger a manifestação religiosa foi, de fato, o grande foco da decisão.
Americanos, todavia, poderão bem se lembrar de que em muitas partes do mundo os fiéis enfrentam ameaças muito mais graves do que ações judiciais ou multas.
Eis aqui um resumo parcial do que estava acontecendo em outros lugares enquanto que os americanos estavam obcecados com o caminho que a Suprema Corte iria tomar.
No Iraque não houve missa em Mosul segunda-feira, dia 15 de junho. Pela primeira vez em quase 1.600 anos a cidade estava completamente desprovida de qualquer culto católico naquele em que os cristãos consideram como o Dia do Senhor. Analistas dizem que os 3.000 cristãos que permaneceram na cidade em meados de junho, em número abaixo de uma estimativa feita de 35.000 fiéis na época da invasão liderada pelos EUA em 2003, fugiram após Mosul cair nas mãos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Na Coreia do Norte um cidadão americano chamado Jeffrey Fowle foi detido por “perpetrar atos hostis”, depois que uma inspeção em seu quarto de hotel acabou achando uma Bíblia. Autoridades dizem que ele será levado a julgamento e que esta não é uma ameaça vã. Desde o armistício em 1953 que ratificou a divisão da península coreana, cerca de 300 mil cristãos na Coreia do Norte desapareceram e supõe-se que estejam mortos, enquanto que de 50 a 70 mil devem estar definhando em campos de detenção.
Na Nigéria, muitos frequentadores de igreja foram mortos pelo movimento radical Boko Haram na última onda de violência, tendo militantes disparando contra quatro igrejas no estado de Borno. Entre elas estão a Igreja Protestante de Cristo na Nigéria e a Igreja Bíblica da Vida Mais Profunda.
Em seguida, colocaram-nas em chamas. O número de mortos teria sido de, pelo menos, 30 pessoas.
Na China, mais de 360 igrejas foram escolhidas para serem demolidas ou desfiguradas, tendo, por exemplo, a remoção das cruzes do lado exterior. A lógica oficial é a de limpar o espaço para o desenvolvimento de projetos urbanos. No entanto, parece claro que a repressão se dirige a igrejas que resistem ao controle das agências governamentais cuja missão é o que as autoridades chamam de “reconstrução teológica”, ou seja, purgar o cristianismo de elementos que o Estado considera incompatíveis com seus métodos e prioridades.
Na Índia, 35 aldeias no estado de Chhattisgarh anunciaram uma proibição para não hindus que entram na área, após um incidente no qual famílias cristãs foram agredidas por radicais hindus.
Violência assim é incrivelmente comum. A Fraternidade Evangélica da Índia registrou 131 casos do tipo em 2012, uma média de um a cada 2.7 dias. Os perpetradores são raramente presos ou acusados, em parte porque a população cristã da Índia é composta, de forma desproporcional, por minorias tribais e pela subclasse do antigo sistema de castas.
Em poucas palavras, é assim que uma verdadeira “guerra contra a religião” se parece.
Na qualidade de primeiro pontífice vindo do mundo em desenvolvimento, o Papa Francisco parece alertar para estas realidades. Um de seus tropos retóricos principais é aquele segundo o qual “há mais testemunhas, mais mártires na igreja, hoje, do que houve nos primeiros séculos”, frequentemente citando o Oriente Médio como um exemplo concreto.
Há sinais de que uma tal consciência esteja crescendo.
Quando o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, fez seu discurso de despedida como presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA em novembro de 2013, convocou os prelados americanos a adotarem um quadro de referência mais global.
“Proteger a liberdade religiosa será uma preocupação social e política central de nossos dias, e nós bispos americanos temos dado contribuições muito importantes nesse sentido”, disse.
“Agora estamos sendo chamados – pela história, pelo Papa Francisco, pela força de nossa própria lógica e eclesiologia de comunhão – a estender estes esforços às linhas de frente dramáticas desta batalha, onde cristãos estão pagando com suas vidas pela fidelidade que possuem”.
Com certeza, os cristãos não são os únicos a sofrer e, se liberdade religiosa significa algo, ela tem que valer num sentido geral.
No entanto, os cristãos de todo o mundo em desenvolvimento merecem, sem dúvida, uma atenção especial, em parte porque seus números são maiores e, em parte, porque suas histórias muitas vezes passam sem ser contadas. A situação deles contradiz a narrativa mais comum onde o cristianismo é o credo do poder dominante, não das vítimas da opressão.
Como os exemplos acima ilustram, há grandes exceções à generalização vazia em todo o mundo.
Noutras palavras, talvez o verdadeiro vencedor do caso Hobby Lobby poderá ser aqueles cristãos que se encontram, literalmente, na linha de fogo. Caso os americanos consigam tomar um fôlego de suas guerras culturais em grande parte metafóricas, talvez estas pessoas receberão, finalmente, a atenção que merecem.
O que se esperar do encontro do Papa com as vítimas de abuso
Segunda-feira o Papa Francisco irá se encontrar com vítimas de abusos sexuais por parte do clero. Esta será a primeira vez que ele tem um encontro do tipo. A ideia é que um pequeno grupo se junte ao pontífice para a sua meditação matinal, e em seguida que o papa tenha um momento com as vítimas, uma de cada vez. Na ocasião vez não haverá nenhum americano no grupo, embora o pontífice possa se encontrar com vítimas dos EUA quando ele viajar a este país em setembro de 2015.
O Papa Bento XVI se encontrou seis vezes com vítimas de abusos, e em cada ocasião o Vaticano não anunciava o encontro até que ele terminasse. Neste caso, Francisco revelou os planos para o encontro durante um voo de volta de sua viagem ao Oriente Médio, em maio. Mas, mesmo assim, os organizadores estão tentando manter as coisas num tom discreto. Toda informação que surge vem das vítimas em vez de os canais do Vaticano.
Francisco é notoriamente imprevisível, deixando difícil se saber como o encontro irá se desenrolar. Se as coisas acontecerem como previstas, há três resultados que se pode, razoavelmente, esperar.
Em primeiro lugar, o encontro deverá fortalecer a determinação do pontífice.
Qualquer um que já ouviu as vítimas de abuso contar suas histórias sabe que desta experiência resulta um impacto emocional forte. O que a partir daí vai acontecer é uma outra questão, porém é basicamente impossível ir embora pensando que “não é nada de mais”.
Como prova, pode-se criticar o trabalho inacabado de Bento XVI, mas não há como negar que ele alterou a forma como a igreja responde aos escândalos de abuso. Como czar doutrinal do Vaticano, Bento foi fundamental em responsabilizar os bispos americanos pela política de “tolerência zero”. Como papa, eliminou centenas de padres abusadores de dentro do sistema, incluindo quase 400 em 2011 e 2012 apenas.
Assessores dizem que o desejo de Bento XVI em agir foi influenciado pela leitura de arquivos contendo casos de abusos em que vítimas contavam suas experiências, tendo saído fortalecido ao se encontrar diretamente com eles. Talvez o impacto possa ser ainda mais forte no Papa Francisco, que tende a mostrar o que sente de forma aberta a todos.
Em segundo lugar, as vítimas provavelmente sairão do encontro com um sentimento positivo.
Como regra geral, as vítimas que concordam em participar de sessões assim tendem a ser aquelas do tipo ainda aberto à reconciliação com a Igreja ou que, pelo menos, acreditam ser possível que a Igreja fará a coisa certa. Além disso, eles foram convidados pelas autoridades da Igreja precisamente por que estão dispostos a dialogar.
Na imprensa, a voz das vítimas tende a vir a partir de grupos de defesa. Esta é uma função inteiramente legítima, mas isso não é de interesse de toda a vítima. Alguns veem o fazer as pazes com a Igreja como parte da cura, e alguns estão dispostos a dar à Igreja o benefício da dúvida, vendo uma mistura de luz e sombras em vez de uma paisagem uniforme deprimente.
Em geral, tais vítimas não dão coletivas de imprensa, mas são partes da história também.
Ademais, muitas vítimas ao longo dos anos descobriram ser difícil encontrar alguém da burocracia para ouvi-las. Ser levado a sério pelo papa, portanto, é em si um poderoso bálsamo.
Em terceiro lugar, grupos de vítimas e movimentos reformistas tendem a tomar uma postura cética.
No passado, os críticos alertaram para o fato de que encontros como este criam uma expectativa de mudança, e se ela não vem, ao menos no grau em que as vítimas esperam, a frustração será proporcionalmente maior.
A experiência dá algum crédito para esta preocupação. Por exemplo, Bernie McDaid tinha 11 anos quando foi molestado pela primeira vez pelo Pe. Joseph Birmingham, na Paróquia St. James, em Salem, Massachusetts. Ele estava entre as cinco vítimas que se encontraram com um o papa, participando num momento junto de Bento XVI em Washington, D.C., em 2008.
À época, McDaid manifestou o otimismo de que as coisas estavam mudando. Mais tarde, mudou de tom, ajudando a organizar um protesto no Vaticano em 2010.
Encontrado para comentar nesta quinta-feira, McDaid disse não estar otimista de que o encontro com Francisco vá ser diferente.
“Apesar da badalação midiática sobre o quão legal esse papa vem sendo, levou mais de 14 meses para ele dar a mão e isso já diz o suficiente para mim”, disse McDaid. “As autoridades da Igreja falam sobre mudanças, em ir adiante, mas quando vemos eles fazerem as mesmas coisas de sempre é como se estivéssemos sendo abusados novamente”.
Em geral, tais críticos tendem a ver três coisas como definidores do que conta como uma ação convincente:
■ Uma política uniforme global de “relatar obrigatoriamente” à política e a outras autoridades civis todas as acusações de abuso, bem como uma cooperação plena com as investigações.
■ Transparência completa, incluindo a liberação de todos os registros sobre acusações de abuso.
■ Responsabilização não apenas para os padres que abusam mas também para bispos e outros superiores que fracassam na aplicação da “tolerância zero”.
A transição no Banco do Vaticano
Na segunda-feira postei uma história informando que Ernst von Freyberg, advogado e empresário alemão nomeado nos últimos dias do papado de Bento XVI como presidente do Instituto para as Obras de Religião, mais conhecido como o Banco do Vaticano, está de saída. Também apontei para o financista francês Jean-Baptiste de Franssu, membro do novo Conselho para a Economia, como o seu provável substituto.
Este ainda parece ser o cenário mais provável, com o jornal italiano Corriere della Sera informando no sábado que a agência antilavagem de dinheiro vaticana deu luz verde para sua nomeação. Segundo a reportagem de Maria Antonietta Calabrò, a Autoridade de Informação Financeira não encontrou nenhum conflito de interesse no fato de que o filho de Franssu trabalhe para o Promontory Group, empresa reguladora com base nos EUA contratada pelo Vaticano no ano passado para revisar as contas do banco.
O filho, Louis-Victor de Franssu, foi contratado em março, após o contrato com o banco ter se expirado em dezembro de 2013. De sua parte, a Promontory diz que a contratação também está de acordo com suas políticas internas de empregar membros familiares de clientes atuais ou do passado.
A situação política disso tudo é que de Franssu e um outro componente do Conselho para a Economia, Joseph F.X. Zahra, de Malta, são ambos vistos como aliados do cardeal australiano George Pell, escolhido pelo Papa Francisco em fevereiro como seu novo czar financeiro. Se de Franssu realmente assumir o comando do banco, pessoas ligadas diretamente à instituição interpretarão o fato como uma outra forma pela qual Pell está trazendo as entidades financeiras vaticanas para a sua órbita.
No fim de semana, fontes do Vaticano disseram ao The Boston Globe que a nomeação do financista francês está “90% certa”. Esta não é uma ação fácil, no entanto, pois há resistência tanto dentro quanto fora da imprensa.
Do lado de dentro, há informações sugerindo que quando o G8 do papa – o conselho composto por cardeais assessores – se encontrou nesta semana, o único membro italiano, o cardeal Giuseppe Bertello, manifestou preocupação com a demasiada concentração de poder nas mãos de um grupo pequeno de membros do Conselho para a Economia, em especial Zahra, de Franssu e o empresário italiano Francesco Vermiglio.
Do lado externo, estas três figuras vêm sendo apresentadas na mídia italiana como um “lobby maltês”, com a afirmação de que todos os três têm laços com uma empresa fundada por Zahra chamada Misco Advisory e que, potencialmente, podem se aproveitar para lucrar a partir do controle das atividades vaticanas de investimento.
De qualquer forma, funcionários do vaticano dizem que estas acusações são infundadas, observando que a Misco Advisory era uma empresa de pesquisa de mercado, não uma empresa de investimento, que atualmente existe apenas no papel, e que de Franssu nunca desempenhou qualquer papel na empresa. Eles também observam que os membros do Conselho para a Economia trabalham pro bono [para o bem do povo].
Na verdade, parece claro que a crítica a Zahra, de Franssu e Vermiglio é mais um pretexto para revidar contra Pell, cuja acumulação rápida de poder o fez um para-raios. Para os fãs, Pell é um forte líder intimidando obstáculos às reformas; para os críticos, ele está reproduzindo os mesmos padrões desprezíveis que supostamente deveria estar eliminando, tais como nomear amigos para cargos importantes e agir em segredo, ao mesmo tempo em que projeta um ar de superioridade moral sobre a velha guarda.
Pell participará de uma coletiva de imprensa na quarta-feira para falar sobre a situação da reforma financeira.
Se tudo ocorrer conforme o esperado, as críticas a de Franssu podem, de fato, fazer com que ele receba a benção do Papa Francisco.
No ano passado, a escolha que o papa fez para ser o seu braço direito no Banco do Vaticano, o monsenhor Battista Ricca, foi objeto de uma causa célebre depois que a jornalista Sandro Magister publicou acusações de que Ricca teria cruzado por bares gays enquanto trabalhava como diplomata vaticano no Uruguai no final década de 1990. Entre outras coisas, Ricca foi, em tese, agredido numa vizinhança homossexual de Montevidéu, e noutra teria ficado preso num elevador junto de um jovem de programa na embaixada do Vaticano, precisando ser resgatado pelos bombeiros.
Apesar do escândalo, Francisco nunca voltou atrás em seu apoio a Ricca, que permanece na função e cuja recente carta sobre von Freyberg pode bem ter desempenhado um papel na decisão de fazer a mudança.
Nos bastidores, fontes próximas ao pontífice disseram que dois fatores explicam o seu apoio a Ricca: em primeiro lugar, o papa sinceramente acredita que Ricca é de confiança, qualquer que tenha sido a situação no Uruguai duas décadas atrás. E, em segundo lugar, Francisco não quer estabelecer o precedente de que os opositores das reformas podem impedi-las ao se engajarem em desfazer o perfil dos personagens reformadores escolhidos.
Seguindo esta lógica, ver de Franssu aparecer nas notícias recebendo críticas pode, de fato, selar um acordo a seu favor.
Como observação, pode-se dizer que, se depender de como as coisas acontecerem, a questão de quem administrará o banco pode logo se tornar significantemente menos importante. Uma hipótese é que a sua função de “gestora de ativos”, ou seja, como o banco investe os cerca de U$ 9 bilhões em participações, pode se transformar numa operação semelhante em outro departamento vaticano e, assim, ser atribuída a um novo escritório.
Se isso acontecer, como alguém escreveu dias atrás, o banco iria se tornar nada mais do que uma “associação local de poupança e empréstimos – só que sem os empréstimos”.
Controle de qualidade no exorcismo
Que a Igreja Católica persista em levar a prática do exorcismo a sério nunca deixa de surpreender algumas pessoas. A última rodada de perplexidade aconteceu esta semana quando a Congregação para o Clero anunciou ter estendido o seu reconhecimento formal para a Associação Internacional de Exorcistas, grupo fundado em 1990.
Para que fique claro, este não é um caso em que a velha guarda se volta contra Francisco. A Congregação para o Clero é chefiado por um prelado escolhido a dedo pelo papa atual, o cardeal italiano Beniamino Stella, e o próprio Francisco invoca o diabo mais abertamente do que os seus antecessores recentes.
Poucas histórias midiáticas sobre o catolicismo vendem tão bem quanto o exorcismo, fazendo com que esta notícia da semana passada possa atiçar uma nova rodada de reportagens sobre um suposto “renascimento” ou “ressurgimento” desta prática.
A minha opinião sobre o que está acontecendo é que esta seja uma tentativa da Igreja no sentido de controlar a qualidade.
O fato é que a crença em possessão e libertação demoníaca entre os fiéis comuns nunca foi embora. O que foi eclipsado durante certo tempo após o Concílio Vaticano II em meados da década de 1960 foi o desejo de padres em oferecer serviços de exorcismo e de bispos permitindo-os, pois alguns da elite da Igreja olhavam para isso como um anacronismo.
O resultado foi que os católicos que se viam em necessidade de libertação eram, às vezes, levados para fora dos lugares oficiais a fim de encontrar apoio, ou para os braços de apenas uns poucos padres autorizados cujas práticas frequentemente levantavam interrogações teológicas.
Qualquer um que tenha assistido a Dom Emmanuel Milingo, o controvertido prelado africano conhecido como o Zambezi Zinger devido a seu zelo em expulsar espíritos e que encheu estádios de futebol na Itália na década de 1990, sabe do que se trata. (Mais tarde Milingo se separou, com o apoio da Igreja da Unificação, do reverendo Sun Myung Moon.)
O que está acontecendo atualmente, noutras palavras, equivale a um reconhecimento tardio de que tornar esta prática difícil às pessoas não significa que elas irão parar de querê-lo. Isso significa que elas irão buscar em outros lugares, às vezes em locais onde a Igreja não aprova.
Ao nomear exorcistas num número crescente de dioceses e ao reconhecer suas organizações, a burocracia dá a si, ao menos, a possibilidade de exercer uma supervisão. Podem tentar apontar para casos onde o aconselhamento psicológico é o mais apropriado, por exemplo, ou ver se passos curtos de puro exorcismo, tais como devoções especiais de oração, podem dar conta do recado.
No final, o catolicismo inclui mesmo a crença de que a possessão demoníaca acontece e que o exorcismo é, às vezes, o remédio adequado. Neste momento, todavia, a Igreja não está fazendo campanha para reviver o exorcismo da mesma forma como está para recuperar a sua influência sobre a forma como ele é praticado.
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Depois da Hobby Lobby, chegou a hora de enfrentar a verdadeira Guerra contra a religião - Instituto Humanitas Unisinos - IHU