Netanyahu: "Nunca um estado palestino"

Benjamin Netanyahu | Foto: DedaSasha/Wikimedia Commons

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12 Setembro 2025

O projeto de assentamento E1 na Cisjordânia foi aprovado. Um novo confronto irrompe com Sánchez: "Ele está fazendo ameaças genocidas”.

A reportagem é de Gabriella Colarusso, publicada por La Repubblica, 12-09-2025.

Sorrindo ao lado de um Smotrich ainda mais radiante, Netanyahu foi fotografado ontem assinando o projeto que efetivamente dividirá a Cisjordânia em duas, "enterrando a ideia de um Estado palestino", como disse o próprio ministro das Finanças no fim de agosto, autorizando a construção de mais de 3 mil casas na chamada área E1. Fica a doze quilômetros a leste de Jerusalém, no trecho que liga a cidade sagrada ao assentamento de Ma'ale Adumim, um dos maiores assentamentos ilegais de Israel, lar de 40 mil pessoas, e que a direita israelense sonha em transformar na Grande Jerusalém desde a década de 1990. Durante anos, o projeto ficou paralisado devido à oposição da comunidade internacional, que sempre o considerou uma ameaça a qualquer acordo baseado na solução de dois Estados. Mas "algo enorme está acontecendo hoje. Este projeto dobrará a população de Ma'ale Adumim. 70 mil pessoas viverão aqui em cinco anos. "Será uma mudança imensa", disse o primeiro-ministro israelense, esclarecendo mais uma vez que "não haverá um Estado palestino".

Netanyahu prepara uma grande contraofensiva no fim de setembro, quando vários países reconhecerão o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas. A extrema-direita messiânica quer alcançar esse objetivo mudando o status quo e está pressionando pela anexação de partes da Cisjordânia. Essa medida, no entanto, colocaria em risco as relações com alguns dos países árabes que decidiram normalizar as relações com Israel por meio dos Acordos de Abraão, principalmente os Emirados Árabes Unidos, já bastante irritados com o bombardeio israelense de Doha, que violou o pacto tácito de não agressão com as monarquias da região e foi condenado ontem pelo Conselho de Segurança da ONU, incluindo os Estados Unidos.

O ataque israelense e a guerra em Gaza serão o foco da reunião de emergência com os países da região que o Catar convocou neste fim de semana em Doha para discutir a resposta a Israel. As negociações estão paralisadas e as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram o bombardeio da Cidade de Gaza, onde 53 pessoas morreram somente ontem, segundo fontes médicas contatadas pela Al Jazeera. Pelo menos 200 mil moradores de Gaza já foram forçados a fugir da cidade, enquanto ataques aéreos destroem gradualmente os poucos prédios restantes. De julho a agosto, segundo a UNICEF, a porcentagem de crianças palestinas sofrendo de desnutrição aguda em Gaza aumentou de 8,3% para 13,5%. Somente na Cidade de Gaza, a taxa é de 19%, ante 16% em julho: "1 a cada 5 crianças".

A situação na Faixa de Gaza foi alvo de mais um embate com a Espanha. Netanyahu acusou Sánchez de "ameaças genocidas contra o único Estado judaico do mundo" porque o primeiro-ministro espanhol havia anunciado novas medidas para "interromper o genocídio", afirmando: "A Espanha não possui bombas nucleares, porta-aviões ou grandes reservas de petróleo; não podemos deter a ofensiva israelense sozinhos. Mas isso não significa que vamos parar de tentar. Porque há causas pelas quais vale a pena lutar, mesmo que vencê-las não esteja apenas em nossas mãos".

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