08 Agosto 2024
- Um novo caso de abuso infantil afeta a Igreja na Itália: Andrea Melis, padre de uma cidade da Ligúria que também revelou ser portador de AIDS, foi preso este mês e está sendo processado por abuso sexual contra um coroinha que ele conheceu em sua paróquia.
- O caso gerou agitação depois que se soube que Melis tem AIDS, doença que ela contraiu anos atrás na África. Apesar disso, manteve relações sexuais sem tomar precauções com o menor, o que expôs a vítima ao risco de contágio.
- Segundo a acusação, Melis praticava atos sexuais com o menor em troca de dinheiro e presentes como cigarros eletrônicos, videogames e roupas de marca. Cada vez que se viam, ela dava cerca de 100 ou 200 euros e ainda lhe comprava um telefone de 800 euros.
A informação é publicada por Religión Digital, 08-08-2024.
Um novo caso de abuso infantil afeta a Igreja na Itália: Andrea Melis, padre de uma cidade da região da Ligúria que também revelou ser portador de AIDS, foi preso este mês e está sendo processado por abuso sexual contra um coroinha que conheceu em sua paróquia.
Melis, de 60 anos, era padre numa igreja da cidade de Finale Ligure, no norte de Itália, e foi suspenso do seu cargo pela Cúria depois de ter sido preso em agosto deste ano por suposta agressão sexual, prostituição de menores e tentativa de violência agravada. Tudo isto ocorreu após denúncia da mãe da vítima, embora o Departamento de Justiça aponte que pode ter havido outros menores afetados.
O caso gerou ainda mais agitação depois que se soube que Melis tem AIDS, doença que ele contraiu anos atrás na África. Apesar disso, ele manteve relações sexuais sem tomar precauções com a menor, o que expôs a vítima ao risco de contágio, segundo a juíza de instrução do caso, Milena Catalano. De acordo com a imprensa, foram feitos exames ao menor que revelaram não ser portador de AIDS, enquanto o padre - membro da Ordem Escolápia e agora em prisão domiciliar - garantiu aos investigadores que já estava em tratamento há algum tempo para reduzir o risco de contágio.
Dinheiro e presentes
Segundo a acusação, Melis praticava atos sexuais com o menor em troca de dinheiro e presentes como cigarros eletrônicos, videogames e roupas de marca. Cada vez que se viam, ele dava cerca de 100 ou 200 euros e até lhe comprava um telefone celular de 800 euros.
A Justiça acusa o padre de agir sob “impulsos perversos”, de se aproveitar da confiança do menor e de “atraí-lo para sua casa, perto das igrejas”, para obrigá-lo a “acessar tudo o que um adulto proíbe”. O caso foi aberto após batidas em duas casas onde Melis morava, em Finale Ligure e em Gênova, onde os investigadores encontraram brinquedos sexuais e drogas de estimulação sexual, além de cigarros eletrônicos descartáveis, bebidas energéticas, moletons e agasalhos de marca que ele deu para crianças.
Abuso repetido
Os investigadores identificaram ainda pagamentos com cartão e um longo histórico de mensagens de WhatsApp com o coroinha, numa dinâmica de “abuso reiterado” que durou quatro anos, desde quando o menino tinha 12 anos até aos atuais 16 anos.
Além deste caso, para o qual a Justiça apresentou a acusação principal, o Ministério Público reuniu testemunhas de mais menores que poderiam ter sido vítimas de abusos por parte de Melis no passado, mas para já o juiz de instrução adiou a avaliação destes casos para um nível mais avançado da pesquisa.
Melis foi convocado na quarta-feira ao tribunal para um primeiro interrogatório perante o juiz, e aproveitou o direito de não depor. Este sacerdote, natural da ilha da Sardenha, fazia parte da rede de instituições educativas católicas da Ligúria.
A diocese lamenta os acontecimentos relatados
Como membro da Ordem Escolápia, ele foi também diretor de uma escola primária em Gênova e presidente da Federação das Escolas Primárias e Secundárias Católicas da Ligúria, segundo a imprensa.
Por sua vez, a Diocese de Gênova expressou “sua dor pelos acontecimentos relatados” e garantiu que informou o Dicastério para a Doutrina da Fé, “conforme exige o direito canônico”.
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Choque na Igreja italiana: padre com AIDS preso por abuso infantil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU