26 Mai 2023
Uma guerra de agressão é muito diferente de uma guerra civil.
A reportagem é publicada por Il Sismógrafo, 25-05-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
A agência Ria Novosti hoje atribui, entre aspas, ao cardeal Matteo Zuppi, cardeal a quem o Papa confiou a liderança junto com a Secretaria de Estado de uma missão de paz no conflito russo-ucraniano, estas declarações que, se verdadeiras, são um duro golpe à iniciativa vaticana em andamento: "Em Moçambique foi justamente isto: aproximação, diálogo, comissões, muitos encontros, que depois levaram à (paz). Os esforços (na Ucrânia) serão, naturalmente, nessa direção. Contribuir a evitar as consequências do conflito, promover todas as esperanças de paz que a comunidade internacional nutre em relação a este trágico conflito”.
Essas supostas considerações atribuídas ao arcebispo de Bolonha não coincidem de forma alguma com a narração decenal que a Comunidade de Santo Egídio tem feito dizendo que em Moçambique se tratou de uma verdadeira mediação, como demonstram os fatos históricos. Não foi uma facilitação para criar um ambiente.
E além disso, o aspecto mais grave, é comparar a guerra da Rússia contra a Ucrânia com uma guerra civil. Nessa visão distorcida e manipuladora, a agência russa não assume a responsabilidade de afirmar que foi a Federação Russa que agrediu o estado ucraniano. Usando as palavras hipotéticas do cardeal Zuppi, a agência russa está tentando passar uma guerra de agressão por uma guerra civil.
O acordo de paz em Moçambique, alcançado com a mediação de Santo Egídio, foi assinado em Roma a 4 de outubro de 1992 entre duas partes do povo moçambicano: a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique).
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A agência russa Ria Novosti ataca a missão de paz do Papa? A missão de Zuppi é como aquela em Moçambique - Instituto Humanitas Unisinos - IHU