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O caso Jean Vanier: a dor e o enigma

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27 Fevereiro 2020

"A divulgação de condutas desviantes de Jean Vanier gerou perplexidade. Faz-se necessário um discernimento para distinguir entre sua pessoa e o futuro de L'Arche", escreve Lorenzo Prezzi, teólogo italiano e padre dehoniano, em artigo publicado por Settimana News, 26-02-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Jean Vanier (1928-2019), o fundador de L’Arche, foi autor de abusos contra mulheres maiores de idade e não deficientes entre 1970 e 2005. Seu mentor espiritual, o dominicano Thomas Philippe (1905-1993), foi considerado culpado de abusos em 1956 e em 2015.

Os dirigentes internacionais da Federação das comunidades de L’Arche, Stephan Posner e Stacy Cates-Carney, divulgaram a informação em 22 de fevereiro de 2020. “Para muitos de nós, Jean Vanier estava entre as pessoas que mais amamos e respeitamos. Temos a percepção da perturbação e da dor que essas informações causarão a muitos de nós, dentro das comunidades de L’Arche, mas também fora (e nos referimos em particular aos membros de Fé e da Luz), pelo tudo que inspirou e gerou de conforto em tão grande número pessoas em todo o mundo Se o grande bem que ele realizou ao longo de sua existência não é posto em discussão, devemos, no entanto, elaborar o luto de uma certa visão que podemos ter dele, como das nossas origens”.

O enésimo e doloroso episódio de abusos por parte de homens da Igreja apresenta-se com características particulares: a tempestividade e a precisão das informações, a complexidade da relação entre as duas figuras envolvidas, o contexto eclesial e as indicações sobre o futuro.

Informação transparente e corajosa

Em 2014, a equipe internacional inicia uma investigação sobre a notícia de abusos cometidos pelo padre Thomas Philippe contra pessoas adultas (não deficientes) das comunidades. Ao mesmo tempo, emerge a condenação que a Congregação para a Doutrina da Fé (Santo Ofício) lhe havia imposto em 1956, quando foi suspenso pelas autoridades eclesiais de qualquer atividade pastoral.

Jean Vanier sabia alguma coisa sobre isso? O fato de que padre Thomas Philippe, seu mentor espiritual, era compatível com a atual e clara negação de estar ciente dos abusos?

Em maio de 2016, os diretores da L’Arche recebem o primeiro testemunho de uma mulher que denuncia comportamentos irregulares de Vanier em relação a ela durante a década de 1970. O interessado, diretamente consultado, admite os fatos, mas os considera consensuais, mesmo pedindo perdão à mulher.

Em março de 2019, uma segunda mulher oferece evidências de abusos. Nesse ponto, uma investigação é iniciada e confiada a uma organização inglesa, a GCPS Consulting, conhecida por seu trabalho nesse âmbito. Um comitê de supervisão composto por dois altos funcionários franceses supervisiona a investigação.

Paralelamente, inicia-se um trabalho histórico por Antoine Mourges no arquivo da cúria provincial dominicana em relação ao pe. Thomas Philippe e nos papéis de J. Vanier, disponibilizados após sua morte (7 de maio de 2019). Outros historiadores supervisionam o trabalho histórico, enquanto todo o relatório é discutido com a Comissão independente sobre os abusos sexuais na Igreja francesa (CIASE), que aprova suas conclusões.

O Relatório resumido cruzado com as informações dos diretores indica três pontos da investigação: as relações entre Jean Vanier e algumas mulheres; as relações entre Jean Vanier e pe. Thomas Philippe; a atitude de Jean Vanier em relação aos abusos trazidos ao seu conhecimento.

A palavra às vítimas

“A comissão de inquérito examinou vários testemunhos de relações sexuais condicionadas (de relações de poder) de mulheres adultas e não deficientes. As relações implicavam diferentes formas de comportamentos sexuais, geralmente combinados com justificativas supostamente "místico-espirituais". As relações estão presumivelmente ligadas a condições que a comissão de inquérito descreveu como "psicologicamente condicionadas" e são descritas como constituindo violência psicológica e caracterizadas por um desequilíbrio significativo de poderes: as supostas vítimas se sentiam privadas do livre arbítrio, ou seja, a atividade sexual foi exercida sob coação ou sob condições coercitivas.

Isso inclui testemunhos segundo os quais parte da atividade sexual ocorreu em um contexto de acompanhamento espiritual, no qual Jean Vanier, como pessoa com autoridade e poder significativos, propunha a algumas assistentes de acompanhá-las pessoalmente. Várias mulheres declararam que estavam vulneráveis na época e que Jean Vanier estava ciente disso. A comissão responsável recebeu testemunhos credíveis e concordantes, por um período de mais de 30 anos (1970 - 2005) de diferentes supostas vítimas. Elas diferem em origem geográfica, idade, condição (solteiras, casadas, consagradas) e pelo período a que se referem. Elas descrevem eventos semelhantes, fornecendo provas suficientes para estabelecer que Jean Vanier teve relações sexuais manipulativas com pelo menos seis mulheres adultas e não deficientes. O número não supõe que não haja outros casos, mas leva em consideração os depoimentos recebidos. As conclusões são corroboradas pelo fato de agora ficar claro que Jean Vanier conhecia as práticas sexuais e as teorias desviantes iniciadas pelo pe. Thomas Philippe e que ele mesmo as exercia”.

Thomas Philippe e Jean Vanier

Padre Thomas Philippe fundou um centro internacional de formação chamado “Eau vive” em Paris em 1946, destinado a ser uma “escola de sabedoria” onde ele poderia oferecer um ensino de teologia tomista e uma iniciação à vida contemplativa.

Jean Vanier, filho de um diplomata canadense, chegou lá aos 22 anos em 1950 e rapidamente se tornou o braço direito do fundador, além de discípulo. Após a denúncia de duas mulheres, os dominicanos impõem ao pe. Thomas de abandonar “Eau vive” em 1952.

Jean Vanier é nomeado para a direção. A condenação canônica ocorreu em 1956 e forçou o interessado a abandonar toda atividade espiritual, inclusive a direção espiritual, cortando todos os laços com seus colaboradores. O que não aconteceu. Jean Vanier continuou clandestinamente as relações e a correspondência mostram o intervencionismo de pe. Thomas nas sucessivas decisões. A partir do nascimento de L’Arche em 1964.

Há um ano pe. Thomas voltou da censura e faz parte do primeiro grupo de L’Arche. “A teologia do pe. Thomas - observa Vanier - me deu princípios sólidos e fortes. Não procurei em outro lugar ... cresci solidamente no pensamento e no método do pe. Thomas”.

Os dominicanos franceses decidiram iniciar um grupo de investigação para "estudar a doutrina teológica de pe. Thomas Philippe e especificar os desvios”. Seu método de abordar o Evangelho de João, a antropologia cristã e a missão profética de superar as normas da moral, mostra nos fatos graves lacunas. A falta de tomada de distância de J. Vanier favoreceu as derivas.

O arcebispo Pierre d'Ornellas, bispo acompanhante de L’Arche e membro da comissão de investigação interna do caso Thomas Philippe, expressou-se assim após o dossiê contra J. Vanier: “Estamos diante de um enigma. O enigma Jean Vanier! É indiscutível que ele fez um bem extraordinário, um bem verdadeiro e não aparente. Mas é igualmente verdade que ele praticou uma teoria mística desviada e errônea, acompanhada de práticas sexuais totalmente censuráveis. Sem dúvida, continuarão as investigações sobre a história de L’Arche. Permitirão entender melhor um enigma que é tão desconcertante quanto doloroso”.

O bem que existe

154 comunidades e 19 projetos comunitários são ativos em 38 países nos cinco continentes e reúnem mais de 10.000 membros, deficientes e não. Sua missão é "dar reconhecimento ao dom de pessoas com deficiência intelectual", "desenvolver um contexto comunitário que responda às necessidades variáveis dos nossos membros, em fidelidade aos valores essenciais de nossa fundação". "Nossa missão é fazer conhecer o dom de pessoas com deficiência intelectual e trabalhar em conjunto para construir uma sociedade mais humana".

A referência é a Carta Internacional, aprovada pelo mais alto órgão que é a assembleia da federação (última em Belfast em 2017), cujas indicações são implementadas pela direção internacional e pelo Conselho Internacional de Supervisão. Desde janeiro de 2019, a L’Arche adotou um código de conduta para a prevenção dos abusos.

O pleno consenso para a operação transparência veio da Conferência Episcopal Francesa, da Conferência dos religiosos e das religiosas da França, do Arcebispo de Canterbury e do Papa que se reuniu com os responsáveis de L’Arche há algumas semanas.

A presidente dos religiosos franceses, sra. Veronique Margron, fez o seguinte comentário: “Os dirigentes de L’Arche começaram esse trabalho da verdade que já permite - além de qualquer assombro e incompreensão –não cair na negação. É o momento de olhar de frente a realidade. Como essa personalidade, tão profundamente luminosa para todos, podia mascarar um rosto tão sombrio? Não nos apressamos em responder, porque é necessário continuar o trabalho realizado. Quanto mais rigor e clareza houver, mais L’Arche poderá se recuperar do abismo e mais poderemos continuar a apoiar esses magníficos lugares de humanidade ... É necessário distinguir o pensamento de Jean Vanier e o futuro de L’Arche”.

Entre as obras implementadas: uma comissão para receber eventuais denúncias de abusos e uma segunda para acompanhar as vítimas que, em todo esse episódio, foram defendidas e apoiadas. Pede-se à comunidade que inicie uma avaliação profunda das atuais medidas de prevenção de abusos, criar espaços de palavras e de trocas para que todos possam expressar seus sentimentos e suas reações e demonstre "a nossa gratidão às mulheres que, há alguns anos quebraram o silêncio” tanto em relação ao pe. Philippe como para J. Vanier.

 

Nota da IHU On-Line:

O Instituto Humanitas Unisinos – IHU promove o seu X Colóquio Internacional IHU. Abuso sexual: Vítimas, Contextos, Interfaces, Enfrentamentos, a ser realizado nos dias 14 e 15 de setembro de 2020, no Campus Unisinos Porto Alegre.

X Colóquio Internacional IHU. Abuso sexual: Vítimas, Contextos, Interfaces, Enfrentamentos

 

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