29 Novembro 2017
Palácios públicos cercado por fossos e estradas de dez pistas projetadas para serem usadas como pistas de decolagem e aterrissagem em caso de necessidade. Apesar dos incentivos oferecidos para torná-la mais populosa, a capital construída pelos militares há uma década está quase deserta.
A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por Repubblica, 28-11-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Pela primeira vez alguns jornalistas puderam visitar o palácio presidencial em Naypyidaw, a imensa e nova capital da Birmânia, e entrar no palácio presidencial, uma área separada do resto da cidade por um grande fosso que é atravessado por uma série de longas pontes muito espaçadas entre si: o objetivo é tornar mais seguro o quartel general político do País em caso de eventuais ataques.
A cidade foi construída há uma década, quando o governo decidiu mudar a capital de Rangun, sem dar explicações. Na cidade dizem que moram pouco mais de um milhão de pessoas, mas na realidade muita gente afirma que o número de moradores é bem menor. A cidade, na verdade, está deserta, parece quase vazia.
As ruas são enormes, algumas chegam a ter dez faixas de rodagem em cada sentido, adequadas, em caso de ataque, a serem usadas como pistas de pouso de aviões. O governo ainda oferece incentivos para que a população se transfira de Rangoon para Naypyidaw, mas poucos atendem ao pedido.
Naypyidaw significa "sede dos reis", está localizada nas margens do Lago Shan, cerca de 320 quilômetros ao norte da antiga capital Rangun. Por razões logísticas, demográficas e estratégicas foi construída no meio de arrozais e canaviais.
A cidade é composta por oito distritos distribuídos por uma superfície de mais de 7 mil quilômetros quadrados e forma espaços gigantescos, entre ministérios, prédios governamentais, centros comerciais e hotéis.
As ruas chegam a ter vinte pistas e se estendem a perder de vista. Entre os edifícios mais importantes está o Grande Pagode Uppatasanti, réplica do Pagode Shwedagon de Yangon, 30 centímetros mais baixo, construído em 2009 e que abriga um dente de Buda; o Pyidaungsu Hluttaw, o Parlamento de Mianmar, um complexo de 31 edifícios, o Palácio presidencial e a Prefeitura.
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Naypyidaw, a capital fantasma de Mianmar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU