Um quinto das novas reservas de petróleo do mundo está na Amazônia

Foto: Geraldo Falcão / Agência Petrobras | Agência Brasil

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09 Outubro 2025

 A contribuição que a Amazônia pode oferecer ao clima do planeta é uma escolha global, e principalmente dos países que cuidam dela.

A reportagem é de Carolina DantasCarolina Passos e Renata Hirota, publicada por InfoAmazônia, 08-10-2025.

A floresta que se estende por Brasil, Colômbia, Guianas, Peru, Bolívia, Venezuela, Equador e Suriname abriga um imenso estoque de carbono, armazenado na biomassa (troncos, folhas, raízes e galhos) e no solo. Com o desmatamento e as queimadas, já optamos por transformar uma parte dessa floresta em emissora de carbono.

Mas o desmatamento não é a única ameaça ao papel climático da região. Há décadas, países amazônicos como Equador, Peru e Colômbia convivem com os danos sociais e ambientais provocados pela indústria do petróleo. Agora, uma nova corrida pelo combustível fóssil se desenha em plena emergência climática.

Entre 2022 e 2024, cerca de um quinto das reservas mundiais de petróleo foi descoberto na Amazônia, principalmente na costa entre Guiana e Suriname. Ao todo, a região concentra 5,3 dos 25 bilhões de barris de petróleo equivalente (boe) globais encontrados no período, segundo nossa análise a partir de informações do Monitor de Energia Global, que reúne dados sobre infraestrutura energética em todo o mundo.

A InfoAmazonia acompanhou essa expansão na série especial “Até a Última Gota”, que investiga os impactos da expansão — recentes e também históricos — da exploração de petróleo na Amazônia e, especialmente, em cinco países que juntos abrangem 80% do bioma: Brasil, Colômbia, Equador, Guiana e Peru.

Responsável por 80% das novas reservas, a Guiana virou símbolo do boom petrolífero na Amazônia e ganhou o apelido de “nova Dubai”. Mas, apesar do salto no Produto Interno Bruto (PIB) desde o início da produção, o desemprego permaneceu alto — ali, o petróleo não gera trabalho para os moradores do país, mas sim renda para empresas estrangeiras.

No Brasil, há pouco menos de um mês, o presidente Lula (PT) afirmou pela primeira vez com todas as letras: “nós vamos explorar o petróleo”, em referência à exploração na bacia da foz do rio Amazonas, na mesma margem equatorial em que foram encontradas as grandes reservas em alto mar da Guiana e Suriname.

Essa é uma das principais controvérsias do país que vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Por enquanto, não há óleo comprovado na costa amazônica brasileira,

Se a exploração de petróleo avançar e novas reservas forem confirmadas na costa amazônica e brasileira, a Amazônia poderá exercer, ainda mais, um papel imposto por nós, humanos — e que não é natural: o de fonte de carbono, em vez de um lugar para estocá-lo.

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