Dezenas de milhares de fiéis lotaram a Basílica de São Pedro para um macroconcerto sem precedentes em prol da fraternidade

Foto: Vatican Media | Religion Digital

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15 Setembro 2025

  • O recital teve a imponente Basílica de São Pedro como pano de fundo, diante de milhares de pessoas que lotaram a praça do Vaticano, enquanto um show de drones iluminou o céu com formas como as mãos de Deus e Adão nos afrescos de Michelangelo na Capela Sistina ou o rosto sorridente de Francisco.

  • O cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica do Vaticano, aos pés do templo reiterou seu "não à guerra" e seu "sim à paz e à fraternidade", razão — pelo menos moral — deste já memorável concerto na Praça do Vaticano.

  • "Devemos nos comprometer a levar uma paz justa a todos os lugares onde a violência nos despojou de nossa humanidade e, neste encontro global pela fraternidade humana, afirmamos em uma só voz que a justiça deve ser a guardiã suprema da reconciliação."

A informação é de Carlos Expósito/Efe, publicada por Religión Digital, 14-09-2025.

Karol G levou seu ritmo e voz à monumental Praça de São Pedro, no Vaticano, neste sábado, em um concerto inusitado com outros artistas dedicados à fraternidade humana que iluminou o céu romano com drones que tomaram a forma de obras de arte do cristianismo e até do falecido Papa Francisco.

O artista, ao lado de estrelas como Andrea Bocelli, Pharrell Williams e John Legend, foi a figura de maior destaque neste evento, que encerra a terceira edição do Encontro Mundial sobre Fraternidade Humana, realizado em Roma desde o dia anterior.

O recital teve a imponente Basílica de São Pedro como pano de fundo para milhares de pessoas que lotaram a Praça do Vaticano, enquanto um show de drones iluminou o céu com formas como as mãos de Deus e Adão nos afrescos de Michelangelo na Capela Sistina ou o rosto sorridente de Francisco.

Assim, este lugar, epicentro do catolicismo, tornou-se um extraordinário palco ao ar livre, repleto de músicas de todos os tipos, desde pop, rap, temas sacros, gospel e até alguns ritmos latinos da mão de 'Bichota'.

Karol G e Bocelli

Karol G, que segundo fontes próximas estava entusiasmada com sua apresentação no Vaticano, apareceu diante do público vestida com um elegante vestido preto com strass e começou a cantar sua música 'Mientras me curo del cora', de seu álbum 'Mañana será bonito' (2023).

Mas depois ela retornou ao palco para emocionar o tenor Bocelli com o clássico "Vivo por ella".

O público demonstrou sinais de carinho por ela: bandeiras, camisetas e símbolos não só do seu país, mas também de diferentes partes da América Latina... já que muitos tinham ido ver a estrela colombiana em particular.

"É um evento lindo, mas viemos mesmo para ver Karol G", disse a peruana Liz à EFE, comemorando o fato de a cantora estar participando "representando a América Latina".

Muitos outros foram ouvir Bocelli, que foi responsável não apenas por abrir o concerto com sua "Ave Maria", uma performance adequada considerando o local sagrado, mas também por organizá-lo, com a colaboração de plataformas como Disney+ e Hulu, que o transmitiram.

"Vamos atrás dele", promete o colombiano Jair, envolto em bandeiras, embora admita que seu filho de dezoito anos preferia Karol G.

Gospel, rap e reivindicações

Outro dos convidados de honra deste macroconcerto foi o norte-americano Pharrell Williams, que com seu famoso "Happy" fez o público dançar e aplaudir, como diz a letra, porque "a felicidade é a verdade", declarou ao público.

Anteriormente, o artista havia pedido aos participantes que ligassem as lanternas de seus celulares, iluminando toda a praça, e afirmou que era " uma oportunidade de união", pois ele sente que "não está sendo feito o suficiente" no mundo de hoje.

Williams também apresentou John Legend, a quem ele descreveu como uma "lenda" e que empolgou a todos cantando as músicas "Glory" e "Bridge Over Troubled Water" no piano.

Outras apresentações notáveis ​​incluíram a beninense Angélique Kidjo, que trouxe os ritmos tropicais de "Life is a Carnival", da lenda cubana Celia Cruz, para a Praça do Vaticano, e Jennifer Hudson, que cantou "The Prayer" com Bocelli.

Após sua apresentação, milhares de pessoas na praça se levantaram para comemorar — antecipadamente — o aniversário do Papa Leão XIV, que completa 70 anos neste domingo.

Entretanto, como esperado, e contrariando as expectativas de muitos que esperavam vê-lo, o pontífice americano não compareceu ao concerto.

Em seu nome, o Cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica do Vaticano, abriu a cerimônia. Aos pés da igreja, reiterou seu "não à guerra" e seu "sim à paz e à fraternidade", o motivo moral — pelo menos — para este concerto já memorável na Praça do Vaticano.

Porque nem tudo era música e dança; as vozes do ativista indiano Kailash Satyarthi, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2014, e da moçambicana Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, ecoaram na colunata de Bernini.

"O silêncio diante da injustiça nunca levará à paz, e a paz exige ação", alertou Satyarthi.

Machel, por sua vez, lembrou zonas de conflito como Palestina, Sudão, Ucrânia, República Democrática do Congo, Mianmar e Moçambique.

"Devemos nos comprometer a levar uma paz justa a todos os lugares onde a violência nos despojou de nossa humanidade e, neste encontro global pela fraternidade humana, afirmamos em uma só voz que a justiça deve ser a guardiã suprema da reconciliação", exclamou ele.

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