05 Setembro 2025
Número representa um terço do total de delegações; clubes de futebol, igrejas, motéis e hospedagens dobráveis são novas opções de estadia.
A informação é publicada por ClimaInfo, 04-09-2025.
O esforço recente para contornar a crise de hospedagem da COP30 tem surtido efeito. Segundo a Secretaria Extraordinária para a COP30 (SeCOP), da Casa Civil, o número de países com reserva confirmada em Belém (PA) cresceu 10% nos últimos cinco dias, chegando a 68. Outras 48 delegações seguem negociando suas hospedagens. O número atual representa um terço do total, de acordo com O Globo.
“Eu espero que esse tema seja agora menos o foco do debate e que a gente possa finalmente chegar nos temas que tanto nos importam para o combate à mudança do clima”, afirmou a diretora-executiva da COP30, Ana Toni.
Como O Globo abordou, novos espaços estão surgindo como opção de estadia mais barata para organizações com menos recursos financeiros. É o caso de clubes de futebol, motéis, igrejas e lares cristãos e hospedagens dobráveis – que podem ser montadas e desmontadas. Serão cerca de 1,2 mil vagas no clube Tuna Luso Brasileira e 400 no Pará Clube, por exemplo. Apesar de serem opções low-cost, os valores saem a partir de R$ 820.
Outra opção de hospedagem mais barata são os motéis, que estão passando por um retrofit substancial para se “deserotizar” e atender às necessidades dos participantes da COP. O Guardian abordou como esses estabelecimentos estão se adaptando para receber a nova clientela. Nesses espaços, espera-se que sejam disponibilizados quase 600 leitos.
Já o Climate Home mostrou que proprietários de imóveis e pequenos estabelecimentos estão tendo dificuldades para disponibilizar seus espaços na plataforma oficial da COP30. Isso porque apenas imobiliárias com pelo menos 40 propriedades disponíveis e cadastradas no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Pará (Creci-PA) podem oferecer quartos na plataforma.
Ainda sobre a questão das hospedagens em Belém, o g1 obteve rascunhos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de um plano previsto em abril para coibir preços abusivos na COP30. Apesar de ser em formato voluntário, os documentos – que nunca foram assinados – previam sanções que comprometiam todo o faturamento obtido em 2024.
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